sexta-feira, 18 de julho de 2014


 DO PICTOGRAMA ÀS LETRAS DO ALFABETO

No início, a escrita passou por um primeiro estágio, o pictográfico. O que isso significa? Vejamos: para escrever a palavra arco, por exemplo, desenhava-se um arco. Assim, para todas as coisas havia um pictograma, ou seja, um desenho que, convencionalmente, as representava. Os números, por sua vez, eram representados por riscos ou círculos que se repetiam.
No entanto, como explicou um historiador da escrita, “convém saber que o desenho dos pictogramas não era uma criação livre do artista, pois foram encontrados ‘catálogos’, listas, espécies de dicionários primitivos dos quais se utilizavam os escribas. Cada símbolo podia, de acordo com o contexto, ter vários significados. O desenho de um pé podia dizer: ‘andar’, ‘pôr-se em pé’, ‘transportar’, etc. No momento em que os sinais passam a ter uma única significação, a deles mesmos, seu número diminui. Ficaram em torno de 600, o que implica, para aqueles que sabem escrever, um enorme esforço de memória.” (Jean, Georges. A escrita. Memória dos homens. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 16.)
Pictogramas

Por volta de 3000 a.C., entre os sumérios, os pictogramas foram sendo simplificados e se transformaram em caracteres lineares. Inicialmente a escrita cuneiforme era feita em colunas e, depois, da esquerda para a direita. Nessa época começou a ser adotada por vários outros povos, entre eles os egípcios.
Mas, se pensarmos bem, veremos que os pictogramas não podem expressar tudo. Como representar palavras abstratas como “pensamento” ou ações como “procurar”? Para resolver esse problema, os egípcios começaram a combinar seus hieróglifos pelos sons de sua pronúncia, ou seja, a usá-los com sentido fonético. Por exemplo: o ideograma que representa torre tanto pode ser usado para representar a própria torre como pode ser combinado com outros ideogramas para formar a palavra “torrencial”, aproveitando-se, assim, sua pronúncia.
A escrita transformou as formas de expressar o mundo e serviu a finalidades administrativas, de preservação da memória e afirmação do poder, registrando os feitos e campanhas dos reis. Porém, era um sistema complicado, dominado apenas por especialistas, os escribas.
Foi só por volta de 1500 a.C. que os fenícios criariam um sistema mais simples, o alfabético.
Alfabeto fenício, o mais antigo conhecido.





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