DO PICTOGRAMA ÀS LETRAS DO ALFABETO
No
início, a escrita passou por um primeiro estágio, o pictográfico. O que isso
significa? Vejamos: para escrever a palavra arco, por exemplo,
desenhava-se um arco. Assim, para todas as coisas havia um pictograma, ou seja,
um desenho que, convencionalmente, as representava. Os números, por sua vez,
eram representados por riscos ou círculos que se repetiam.
No entanto, como explicou um historiador da escrita,
“convém saber que o desenho dos pictogramas não era uma criação livre do
artista, pois foram encontrados ‘catálogos’, listas, espécies de dicionários
primitivos dos quais se utilizavam os escribas. Cada símbolo podia, de acordo
com o contexto, ter vários significados. O desenho de um pé podia dizer:
‘andar’, ‘pôr-se em pé’, ‘transportar’, etc. No momento em que os sinais passam
a ter uma única significação, a deles mesmos, seu número diminui. Ficaram em
torno de 600, o que implica, para aqueles que sabem escrever, um enorme esforço
de memória.” (Jean, Georges. A escrita. Memória dos homens. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.
16.)
Por
volta de 3000 a.C., entre os sumérios, os pictogramas foram sendo simplificados
e se transformaram em caracteres lineares. Inicialmente a escrita cuneiforme
era feita em colunas e, depois, da esquerda para a direita. Nessa época começou
a ser adotada por vários outros povos, entre eles os egípcios.
Mas, se pensarmos bem, veremos que os pictogramas não
podem expressar tudo. Como representar palavras abstratas como “pensamento” ou
ações como “procurar”? Para resolver esse problema, os egípcios começaram a
combinar seus hieróglifos pelos sons de sua pronúncia, ou seja, a usá-los com
sentido fonético. Por exemplo: o ideograma que representa torre tanto pode ser usado para representar a própria torre
como pode ser combinado com outros ideogramas para formar a palavra
“torrencial”, aproveitando-se, assim, sua pronúncia.
A escrita transformou as formas de expressar o mundo e
serviu a finalidades administrativas, de preservação da memória e afirmação do
poder, registrando os feitos e campanhas dos reis. Porém, era um sistema
complicado, dominado apenas por especialistas, os escribas.
Foi só por volta de 1 500 a.C. que os
fenícios criariam um
sistema mais simples, o alfabético.
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Alfabeto fenício, o mais antigo conhecido. |
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