O BARÃO E VISCONDE DE MAUÁ
O grande empresário brasileiro do século XIX
Esse empresário foi Irineu Evangelista de Souza, que recebeu o título de barão apenas em 1954. Portanto, é incorreto referir-se a ele como Barão de Mauá antes dessa data.
Ele tinha nascido no interior do Rio Grande do Sul em 1813. Perdeu o pai aos 5 anos de idade e foi alfabetizado pela própria mãe. Aos 9 anos, foi trazido para a cidade do Rio de Janeiro por um tio, e foi viver e trabalhar com um comerciante português. Aos 15 anos, começou a trabalhar como guarda-livros na loja de um comerciante escocês no Rio de Janeiro. Alguns anos depois, associou-se ao patrão e viajou para a Grã-Bretanha, onde assimilou o espírito frenético da Segunda Revolução Industrial.
De volta ao Brasil, afastou-se do antigo patrão e, em 1846, comprou
uma pequena fundição em Ponta da Areia, perto de Niterói. Sob sua direção, em
pouco tempo a oficina seria transformada num dos primeiros estaleiros de
construção naval do país, do qual sairiam muitos dos navios utilizados por
nossa Marinha na Guerra do Paraguai.
Irineu Evangelista de Souza |
Em 1851,
fundou o Banco do Brasil. Era a segunda
vez que o Banco do Brasil era fundado. A primeira havia sido, em 1808, quando
da chegada da Família Real. Esse banco, entretanto, faliu em 1829. Mas o Banco
do Brasil de Irinnu durou apenas dois anos, pois o governo decretou a sua fusão com outro
banco já existente e, dessa fusão, resultou no novo Banco do Brasil, como
empresa estatal, existente até hoje. Irineu fundou então outro banco,
denominado Banco Mauá,
MacGregor & Cia, com filiais em
várias capitais brasileiras, em Londres, Paris e Nova Iorque.
Outras empresas: em
1851, Irineu obteve a concessão do serviço de iluminação a gás encanado do Rio
de Janeiro e, no ano seguinte, fundou a Companhia a Vapor do Rio Amazonas, que
empregaria barcos fabricados pelo Estaleiro de Ponta da Areia. A partir de
então, suas atividades se diversificaram cada vez mais. Em 1854, inaugurou na
capital do Império a primeira ferrovia brasileira, ligando Porto Mauá à serra
da Estrela e, mais tarde, à cidade de Petrópolis. Esse feito levou o imperador
dom Pedro II a conceder-lhe o título de barão de Mauá, pelo qual ficaria
conhecido. Em 1857, fundou no
Uruguai o Banco Mauá Y Cia, que se tornou a mais
importante instituição bancária daquele país, com filial em Buenos Aires.
A Baronesa, a primeira locotiva a circular no Brasil. |
Nesse tempo, Mauá
tinha se tornado não só o maior empresário, como também o homem mais rico do
Brasil.
Foi então, que sua vida empresarial
sofreu uma grande virada.
No Brasil, a política econômica do
governo imperial não seguia uma orientação coerente e homogênea. Ao contrário,
variava ao sabor das pressões, ora dos senhores de terras, que exigiam o fim
das medidas protecionistas, ora dos industrialistas, que defendiam tarifas
protecionistas. Assim, em 1860, as tarifas Alves Branco foram reduzidas para
satisfazer às exigências da aristocracia agrária. Isso representou um golpe de
morte na fundição da Ponta da Areia, que ficou sem condições de competir com os
produtos importados.
Mas a pior das notícias veio do Uruguai.
O governo daquele país, que era o maior credor do Banco Mauá, deixou de pagar
suas dívidas. O Banco Mauá não suportou o prejuízo e faliu. A crise repercutiu
no Brasil, afetando Banco Mauá,
MacGregor & Cia (já então chamado
apenas de Banco Mauá), e este também teve de fechar as portas. Nessas
circunstâncias, Mauá não
conseguiu manter seus negócios e teve sua falência decretada.
Dinheiro emitido pelo Banco Mauá no Uruguai. |
Mesmo assim, o barão de Mauá não
renunciou ao espírito empreendedor. Em 1874, realizou a ligação telegráfica
entre o Brasil e a Europa, por meio de um cabo submarino. E como prêmio de consolo
foi agraciado pelo Imperador com o título de Visconde de Mauá. Faleceu aos 75 anos,
em 21 de outubro de 1889, poucos dias antes da proclamação da República.
Outra homenagem que recebeu, ainda em vida, foi a instituição do dia 30 de abril como o dia dos ferroviários brasileiros. A homenagem foi criada em 1854, logo após a inauguração da primeira ferrovia brasileira.
Outra homenagem que recebeu, ainda em vida, foi a instituição do dia 30 de abril como o dia dos ferroviários brasileiros. A homenagem foi criada em 1854, logo após a inauguração da primeira ferrovia brasileira.
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