LIBERAIS E CONSERVADORES
A formação dos partidos no Segundo Reinado
As correntes políticas que que deram orígem os
dois partidos do Segundo Reinado vinham se delineando desde a Independência, e
se consolidaram no período entre 1835 e 1840 (ou seja, durante a segunda metade
do Período Regencial).
Período Regencial foi o período que se estendeu do fim do
Primeiro Reinado até o início do Segundo Reinado. Nesse período, em virtude da
menoridade do príncipe herdeiro, o país foi governado por regentes, ou seja,
pessoas que governavam em nome do príncipe.
Em 1835, quando o padre Diogo AntônioFeijó assumiu a chefia do governo regencial, a corrente liberal moderada se
dividiu em dois grupos.
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Diogo
Antônio Feijó (1784-1843) foi sacerdote e um dos mais
destacados políticos
brasileiros durante o Período Regencial.
Foi um dos fundadores do Partido Liberal.
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O primeiro grupo reunia aqueles que se
opunham a Feijó. Eles se uniram a Bernardo Pereira de Vasconcelos, um antigo
liberal que assumiu pouco a pouco posições conservadoras, sob o pretexto de que
era preciso evitar a anarquia. A esse grupo se juntaram os restauradores, cuja
luta havia perdido sentido com a morte de dom Pedro I, em 1834. Dessa
combinação de forças surgiu a facção denominada “Partido” Conservador.
O segundo grupo reunia os que apoiavam
Feijó. Eles constituíram uma facção de características nitidamente liberais, à
qual se somariam mais tarde os liberais exaltados. Uma vez unificadas, as duas
correntes dariam origem ao grupo conhecido como “Partido” Liberal.
Semelhanças entre os dois grupos
Entre liberais e
conservadores não havia diferenças ideológicas e políticas significativas.
Ambas as correntes eram monarquistas e defensoras da grande propriedade rural e
do trabalho escravo (em relação a esse tema, havia exceções nos dois grupos,
como o liberal Feijó e o conservador José Bonifácio, que defendiam a extinção
da escravidão de forma lenta e gradual).
Da mesma forma, as bases sociais em que
os dois grupos se apoiavam eram semelhantes. Os liberais representavam,
sobretudo, os interesses de setores da aristocracia agrária e do comércio, mas
suas propostas eram apoiadas também por amplos segmentos das camadas médias da
população urbana. Os conservadores, por sua vez, estavam ligados a outros
setores da aristocracia rural e do comércio de exportação.
Diferenças
entre os dois grupos
Devido a essas semelhanças, durante o
Segundo Reinado dizia-se que “Não há nada mais parecido com um conservador do que um
liberal no poder”. Mesmo
assim, não se pode deixar de reconhecer algumas diferenças entre eles. Os liberais
seriam sempre mais partidários da descentralização do poder e da proposta
federalista do que os conservadores. Não foi por acaso que, das fileiras
liberais, e não do grupo conservador, surgiria em 1870 o movimento republicano.
(DGF)
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