O NAZISMO NA ALEMANHA
Nazismo foi o regime estabelecido na
Alemanha após a chegada de Adolf Hitler ao poder. Hitler era o líder do Partido Nazista, surgdo no
começo da década de 1920, como desdobramento de um partido pequeno, o Partido
Trabalhista Alemão. Hitler aderiu a esse grupo
em 1919, tornando-se seu mais importante orador, e logo depois sua principal
liderança.
O nome da organização, por sugestão de
Hitler, foi mudado para Partido Nacional Socialista
dos Trabalhadores Alemães (PNDA) (O nome nazista derivou
da abreviação “nazi”, dada ao PNDA.) A inclusão da palavra “socialista” foi uma
manobra oportunista, pois o socialismo gozava de enorme popularidade entre os
trabalhadores do país. Foi também Hitler quem desenhou a bandeira do partido, colocando uma suástica preta dentro de um círculo branco com um fundo vermelho.
A ascensão dos nazistas foi possível em
virtude da crise pela qual passava a Alemanha depois da Primeira Guerra
Mundial.
Crise econômica e política alemã
no pós-guerra
Em novembro
de 1918, após o término da Primeira Guerra
Mundial, a Alemanha foi envolvida por uma onda de agitações políticas que levaram à
queda do imperador Guilherme II e à proclamação da República, sob a liderança
dos sociais-democratas (socialistas). Poucos meses depois, uma
Assembleia Constituinte reunida na cidade de Weimar deu ao país uma
Constituição extremamente democrática.
Adolf Hitler, fazendo a saudação nazista. |
O
cenário de crise econômica acabou favorecendo a eclosão de duas tentativas de revolução
socialista, uma em 1919 e outra em 1923, ambas derrotadas pelas forças do governo.
A de 1919 foi liderada por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, mortos ao final da
rebelião.
Rosa Luxemburgo e a revolta espartaquista
Rosa Luxemburgo nasceu em 1871, na Polônia,
e pertencia a uma família de classe média. Dedicou-se desde cedo às atividades
políticas. Por suas convicções, foi perseguida e obrigada a se transferir para
a Suíça, onde se doutorou em direito e economia política. Aos 27 anos, mudou-se
para a Alemanha.
Marxista de formação, fez duras críticas ao
governo dos bolcheviques na Rússia. De sua vasta produção intelectual,
destaca-se A acumulação do capital (1913), obra em que estuda as
contradições do capitalismo imperialista.
Em 1915, fundou, com Karl Liebknecht, a
Liga Espartaquista, que mais tarde se transformou no Partido Comunista Alemão.
O nome era uma homenagem a Espártaco, líder da revolta de escravos que
enfrentou os exércitos romanos na antiguidade. Entre 1918 e 1919, Rosa
Luxemburgo liderou com Karl Liebknecht uma revolução na Alemanha. A revolução
fracassou e eles foram capturados e assassinados pelas forças do governo.
Entre
1924 e 1929, o país passou por um período de relativa estabilidade:
investimentos ingleses e estadunidenses asseguraram o reaquecimento econômico e
as ameaças de convulsão social foram debeladas. O pior, porém, ainda estava por
vir, com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Seguiu-se a Grande Depressão
e a economia alemã entrou novamente em uma fase crítica: seis milhões de
trabalhadores perderam o emprego quase da noite para o dia, houve quebra de empresas
e a inflação voltou com força redobrada.
A divisão entre
socialistas e comunistas favoreceu os nazistas
Essa
situação favoreceu os nazistas que conseguiram convencer os eleitores de que
tinham a solução para a crise do país. No começo da década de 1930, duas
correntes políticas e ideológicas apresentavam soluções para o impasse alemão.
Uma
delas era a direita, cujo partido mais forte era o Partido Nazista, que desde
1921 era liderado por Adolf Hitler, um nacionalista fanático. Os nazistas prometiam ao povo repudiar o Tratado de
Versalhes, fortalecer a economia e garantir empregos.
ORIGEM DO PARTIDO
NAZISTA
O Partido Nazista surgiu no começo da
década de 1920, como desdobramento de um partido pequeno, o Partido Trabalhista Alemão. Hitler
aderiu a esse grupo em 1919, tornando-se seu mais importante orador, e logo
depois sua principal liderança.
O nome da organização, por sugestão de Hitler, foi mudado para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (PNDA) (O nome nazista derivou da abreviação “nazi”, dada ao PNDA.) A inclusão da palavra “socialista” foi uma manobra oportunista, pois o socialismo gozava de enorme popularidade entre os trabalhadores do país.
Foi também Hitler quem desenhou a bandeira do partido, colocando uma suástica preta dentro de um círculo branco com um fundo vermelho.
Outra era a esquerda, dentro da qual se destacam comunistas e sociais-democratas (socialistas).
Os
comunistas contavam com o apoio da classe operária e de setores minoritários da
classe média alemã. Já os sociais-democratas haviam dirigido o governo nos
primeiros anos da República de Weimar. Ambos os partidos defendiam uma solução
socialista para a crise alemã. Com uma diferença importante: os sociais-democratas
acreditavam na possibilidade de chegar ao socialismo por via eleitoral,
enquanto os comunistas argumentavam que isso só seria possível por meio de uma
revolução, como a que ocorrera na Rússia, em 1917.
Nenhum
dos dois partidos tinha votos suficientes para chegar ao poder sozinho, mas
havia a possibilidade de somarem forças em uma frente eleitoral de esquerda e
garantir a maioria do eleitorado. Se tivessem feito isso, poderiam ter evitado
a vitória dos nazistas. No entanto, os comunistas alemães se recusaram a
estabelecer uma aliança com os socialistas nas eleições de 1932.
Essa
decisão teve efeitos trágicos para a Alemanha e para o mundo. Nas eleições
parlamentares de 1932, o Partido Nazista obteve 37,3% dos votos, quantidade
suficiente para vencer os opositores divididos. Nessas circunstâncias, e sem
alternativa, o presidente da República, marechal Hindenburg, nomeou Adolf
Hitler para o cargo de primeiro-ministro (que na Alemanha é chamado de
chanceler).
A violência como meio
de ação dos nazistas
O
Partido Nazista adotou uniformes, saudações, emblemas, bandeiras e hinos
especiais. Seu símbolo mais importante era a suástica (ou cruz gamada).
Os nazistas formaram duas milícias armadas extremamente eficazes no emprego da
violência para aterrorizar os adversários comunistas, socialistas e democratas:
as SA (tropas de assalto, uniformizadas com camisas pardas) e as SS (tropas
de elite, uniformizadas de negro).
Antes
de chegar ao poder, os nazistas defendiam um programa que incluía propostas de
anulação do Tratado de Versalhes e denúncias contra os grandes monopólios da
indústria, o marxismo e os judeus, acusados de ligação com o grande capital
financeiro internacional. Em 1934, porém, já instalado no poder, Hitler passou
a aceitar os monopólios e firmou acordos com a grande indústria alemã. Como o
líder das SA discordava dos acordos, Hitler ordenou o massacre dos SA no episódio
que ficou conhecido como Noite dos longos punhais, durante o qual três
mil pessoas foram assassinadas.
O triunfo da barbárie
Assim
que chegou ao poder, Hitler partiu para a execução do plano de estabelecer uma
ditadura totalitária. Em 1933, os nazistas puseram fogo na sede do Parlamento (Reichstag)
e responsabilizaram os comunistas pelo atentado. Era o pretexto de que Hitler
precisava para reprimir com violência a esquerda e os sindicatos.
Em
1934, com a morte do marechal Hindenburg, Adolf Hitler acumulou as funções de
primeiro-ministro e de presidente da República. A partir de então, adotou como
título a palavra alemã führer,
que significa “líder” ou guia”. E passou a governar com poderes
ilimitados. As primeiras medidas tomadas pelo novo governo foram a extinção de todos
os partidos políticos, com exceção do Nazista, e a submissão dos sindicatos ao
poder do Estado.
A morte nos campos de
concentração
Em
seguida, entrou em vigor uma legislação antissemita (ou antijudaica), conhecida
como Leis de Nuremberg (1935), pela qual os judeus foram destituídos dos
direitos de cidadania, afastados do serviço público, das universidades e
proibidos de exercer qualquer profissão. Os que não deixaram o país foram
presos.
Para
completar a escalada de violência, o governo criou campos de concentração
destinados a confinar judeus, comunistas, socialistas e opositores em geral.
Mais tarde, essas grandes prisões cercadas de arame farpado e fios
eletrificados se transformaram em campos de extermínio, onde foram mortos 6
milhões de judeus, além de comunistas, homossexuais, ciganos etc.
Enquanto
utilizava o terror como política, o governo nazista promoveu ao mesmo tempo
grandes investimentos no setor bélico (armas, tanques, aviões etc.) e um plano
de obras públicas (estradas, ferrovias, aeroportos). O objetivo era tanto absorver
os desempregados como preparar o país para a guerra.
O
primeiro desses planos teve início em 1933. Quatro anos depois, o desemprego
havia desaparecido do país. O plano seguinte conseguiu transformar a Alemanha
na segunda potência industrial do mundo, superada apenas pelos Estados Unidos.
A Alemanha tinha saído da crise, mas se preparava para lançar o mundo em uma
nova guerra.
O antissemitismo nazista
As ideias de Hitler foram reunidas em Mein
Kampf (Minha luta), livro que escreveu por volta de 1923, quando
esteve preso por alguns meses, depois de tentar promover uma espécie de “Marcha
sobre Berlim” a partir da cidade de Munique.
Minha luta expõe uma ideologia
fortemente marcada por ideias totalitárias e de superioridade racial. Para
Hitler, os alemães pertenceriam a uma “raça pura” destinada a dominar a humanidade.
Todas as outras “raças” humanas seriam inferiores, principalmente os judeus, “raça
impura”, à qual Hitler atribuía grande parte dos males da humanidade (antissemitismo).
Para ele, os judeus eram os responsáveis
pelo marxismo e pelo capitalismo financeiro internacional, que deviam ser
combatidos.
Outros inimigos que precisavam ser
eliminados, segundo a ótica hitlerista, eram a democracia, o liberalismo, o
socialismo e o comunismo. Aos alemães deveria ser concedido, pela paz ou pela
guerra, um “espaço vital”, isto é, um grande território na Europa destinado a abrigar
os povos germânicos em um só reino ou império (o reich).
Essas ideias formavam as premissas de uma
visão totalitária da sociedade, pela qual os indivíduos deveriam pertencer ao
Estado, sob a liderança de um único chefe, o führer. Ele seria o
responsável pelas grandes decisões, em nome da comunidade dos povos germânicos organizados
em um grande império – o Terceiro Reich —, que duraria mil anos.
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