O FASCISMO NA ITÁLIA
Fascismo foi o nome que teve o regime político estabelecido na Itália por Benito Mussolini após sua ascensão ao poder em 1922, aproveitando-se da crise que afetou os italianos após a Primeiro Guerra Mundial.
Com efeito, a guerra mundial teve um efeito devastador nos países europeus, em particular na Itália. Nem sequer realizou a propalada propaganda de que seria “a guerra que ia acabar com todas as guerra”. Isso por que ela não conseguiu pôr fim àquela que havia sido sua principal causa: a intensa disputa entre as nações mais desenvolvidas pela hegemonia do mercado mundial.
Com efeito, a guerra mundial teve um efeito devastador nos países europeus, em particular na Itália. Nem sequer realizou a propalada propaganda de que seria “a guerra que ia acabar com todas as guerra”. Isso por que ela não conseguiu pôr fim àquela que havia sido sua principal causa: a intensa disputa entre as nações mais desenvolvidas pela hegemonia do mercado mundial.
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O líder fascista Benito Mussolini discursa na Piazza Duomo em Milão, Itália, 1930. |
1. A
ascensão do fascismo na Itália
Denomina-se
fascismo um regime político de direita, autoritário, ditatorial. Esse tipo de
regime tem aparecido em diversos países desde o começo do século XX, sempre em
momento de crise, geralmente econômica. Nesses momentos, as pessoas ficam
desesperadas, perdem a crença nas fórmulas democráticas e se deixam levar por
líderes radicais que prometem soluções para a crise.
Foi em
circunstâncias como essa que movimentos de direita, como o fascismo,
ganharam força.
No caso da
Itália, o fascismo foi também produto do exacerbado nacionalismo herdado do século
XIX, presente nas lutas de unificação. E também de ressentimentos nacionais
provocados pelos resultados da Primeira Guerra Mundial. Lembremos que a Itália
havia mudado de lado no início da guerra, passando a apoiar a Tríplice Aliança,
seduzida pela promessa de que ganharia territórios, o que de fato não
aconteceu.
Na verdade,
desde 1918 já havia movimentos ultranacionalistas e autoritários em várias
regiões da Europa, principalmente na Itália. O caso mais notável foi o do
fascismo, movimento criado por Benito Mussolini.
Por essa
época, o Estado italiano era Monarquia Parlamentar, com um primeiro-ministro
como chefe de governo. Após a Primeira Guerra Mundial, o país entrou em um
período de turbulência política e econômica. O desemprego se acentuou e, em
1921, eclodiram nas cidades industriais da Região Norte grandes manifestações e
greves operárias com ocupação de fábricas.
2. Entra
em cena Benito Mussolini
Mussolini
era originário do norte da Itália. Tornou-se socialista influenciado pelo pai.
Inicialmente desejava ser professor, como a mãe, mas acabou se tornando
jornalista e posteriormente político. Durante a guerra, rompeu com a esquerda e
passou para a direita com armas e bagagens. Sua carreira foi rápida. Em 1919,
ele fundou o Fascio di combattimento, embrião do Partido Nacional
Fascista, e, em 1922, conquistaria o poder.
Como
soluções para a crise, ele prometia acabar com a luta de classes, implantar um
governo forte, destinado a afastar o perigo de uma revolução socialista, e
transformar a Itália em uma grande potência.
Para isso,
ele e seus partidários se propunham esmagar os grupos de esquerda –
socialistas, anarquistas e comunistas.
A violência como forma de ação
Na luta por esses objetivos, os fascistas organizavam-se
em milícias armadas. Agiam uniformizados com camisas pretas e treinados no uso
da violência física contra os adversários.
Sua principal base de apoio eram as classes médias
insatisfeitas com a crise e assustadas com a possibilidade de uma revolução
socialista como a que ocorrera na Rússia, em 1917.
Mas havia todo tipo de pessoas entre seus militantes,
principalmente ex-soldados, jovens sem emprego, desordeiros, marginais e
desocupados. Os alvos preferidos das suas ações violentas eram líderes
sindicais, operários em greve, socialistas e democratas em geral.
Nessas condições, em outubro de 1922, Mussolini, chamado
de Duce (guia) por seus partidários, pôs-se à frente de 50 mil
“camisas-negras” e realizou uma gigantesca demonstração de força, a “Marcha
sobre Roma”. A resposta do rei Vítor Emanuel III foi nomeá-lo para o cargo de
primeiro-ministro. No poder, o Duce convocou novas eleições. Graças às fraudes
e à violência, as urnas deram 65% dos votos ao Partido Fascista, e com isso ele
passou a ter a maioria absoluta do Parlamento.
3. O
totalitarismo fascista
Tendo
maioria no Parlamento, Mussolini aprovou leis que lhe davam plenos poderes. A
partir de então, teve início a consolidação da ditadura do Partido Fascista,
caracterizada por prisões de líderes sindicais, socialistas e democratas;
sequestro e morte dos opositores do regime; censura à imprensa; demissão em
massa de funcionários públicos suspeitos de não simpatizarem com o fascismo;
proibição das greves; extinção de todos os partidos políticos, exceto o
Fascista.
Tendo o
controle total do país, Mussolini criou um regime de partido único, cujos
organismos e dirigentes se confundiam com os do Estado. Esmagadas a democracia
e as oposições, a nova filosofia em vigor foi resumida por Mussolini da
seguinte maneira: “Nada deve haver acima do Estado, nada fora do Estado, nada
contra o Estado”, o que implicava a existência de um único partido, de uma
única imprensa e de uma única educação. Configurava-se, assim, um estado
totalitário.
Outras
medidas do governo de Mussolini foram: promover a intervenção do Estado na
economia, realizando obras públicas para a geração de empregos, e criar uma
infraestrutura capaz de dar sustentação ao desenvolvimento industrial. Além
disso, deu ao Estado italiano uma nova configuração, substituindo instituições
representativas, como o Parlamento, por outras formas de organização
denominadas corporações.
As
corporações eram organismos do Estado compostos por representantes dos patrões
e empregados das diversas categorias econômicas e profissionais. Tinham por
função integrar as classes e os grupos sociais ao Estado fascista, promovendo a
conciliação entre capitalistas e trabalhadores.
Em 1929,
Mussolini firmou com a Igreja Católica o Tratado de Latrão, pelo qual o
Estado italiano reconheceu a soberania do papado sobre o Estado do Vaticano.
Com isso, o Duce consolidou e ampliou a simpatia do papado em relação a seu
governo. Seis anos depois, a Itália invadiu a Etiópia, no norte da África, e garantiu
para si a exploração do petróleo dessa região. No ano seguinte, 1936, Mussolini
firmou com Hitler o acordo ítalo-germânico, do qual surgiria o eixo
roma-Berlim.
Autoritarismo e totalitarismo
Um governo ou regime político é chamado de autoritário
quando exerce o poder de modo ditatorial, toma decisões sem pedir a opinião
dos governados, limita a liberdade de reunião e de expressão, concentra o poder
em uma só pessoa, órgão ou partido político.
O totalitarismo é um caso extremo de
autoritarismo. Além da concentração do poder nas mãos de poucos, do cerceamento
da liberdade e das outras características do autoritarismo, o Estado
totalitário não admite a existência de outros partidos além daquele que está no
poder. Também tenta controlar a vida pessoal dos cidadãos, reduzindo-os a
autômatos obedientes ao partido no poder. Para isso, utiliza mecanismos de
controle do cotidiano e estimula a delação até entre indivíduos da mesma
família.
Trata-se, portanto, de um Estado policial em que
quaisquer tipos de crítica ou manifestação de oposição são inadmissíveis. Na
prática, combina a repressão e o terror policial com a propaganda ideológica
sistemática, permanente e maciça. Por meio da propaganda, a ideologia
totalitária procura mostrar que o Estado totalitário é a forma mais perfeita de
organização da sociedade. Esse bombardeio ideológico começa nas escolas, entre
as crianças pequenas, que são condicionadas a pensar de acordo com os padrões e
valores estabelecidos pelo partido único no poder.
Como exemplos de regimes totalitários de direita, podemos
citar o Estado fascista e o nazista, na Itália e na Alemanha, respectivamente.
Mas havia também, na mesma época, um Estado totalitário de esquerda: a União
Soviética, transformada em Estado policial sob a ditadura de Stalin.
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