GRANDE
GUERRA:
A Primeira Guerra Mundial
(1914-1918)
A expressão
Grande Guerra, cunhada para o conflito que, pela
primeira, vez na história envolveu todo o planeta, se justifica pelas
proporções que o confronto alcançou, pelo aparato bélico que foi mobilizado e
pela destruição devastadora que provocou. As novas armas, fruto do
desenvolvimento industrial, e os métodos inéditos empregados nos combates deram aos países
capitalistas o poder quase absoluto de matar e destruir.
Canhão alemão capturado e exibido
em Londres. Horace Nicholls, fotógrafo.
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Por
volta de 1914, havia motivos de sobra para o acirramento das divergências entre
os países europeus. Era grande, por exemplo, a insatisfação entre as nações que
tinham chegado tarde à partilha da África e da Ásia; a disputa ostensiva por
novos mercados e fontes de matérias-primas envolvia muitos governos
imperialistas; e as tensões nacionalistas, acumuladas durante décadas, pareciam
prestes a explodir. O que estava em jogo eram interesses estratégicos para vencer
a eterna competição pela hegemonia na Europa e no mundo.
1.
Rivalidades imperialistas
Os
países europeus de industrialização mais antiga, como a Inglaterra e a França,
haviam ocupado no século XIX vastas regiões de outros continentes, formando
enormes impérios coloniais. Enquanto isso, a Itália e a Alemanha, cuja unificação
e desenvolvimento industrial se deram tardiamente, esforçavam-se para
acompanhar suas rivais na partilha da África e da Ásia. Insatisfeitas com a
parte que lhes coube na grande divisão dos dois continentes, ambas passaram a
reivindicar, por meio de pressões diplomáticas e militares, áreas do mundo
colonial, desafiando a hegemonia da França e da Inglaterra.
Entre as rivalidades imperialistas desse período, destaca-se a
Guerra Franco-Prussiana em 1871.
No
fim do século XIX, os produtos industriais da Alemanha, unificada desde 1871,
ganhavam cada vez mais os mercados tradicionalmente dominados pela Inglaterra.
Ao mesmo tempo, a engenharia e a indústria navais alemãs ameaçavam a supremacia
inglesa nos mares. A diplomacia alemã, por sua vez, exigia que houvesse uma
nova divisão das imensas áreas coloniais, em grande parte ocupadas pelos
ingleses.
Para
agravar a situação, em 1899 a Alemanha anunciou a construção de uma ferrovia
que ligaria Berlim a Bagdá (no Iraque atual), dando acesso a uma área de
influência inglesa, valorizada principalmente pela existência de jazidas de
petróleo.
A rivalidade entre
França e Alemanha
Ainda
maior e mais explosiva era a rivalidade entre a Alemanha e a França, alimentada
por ressentimentos nacionalistas desencadeados pela derrota francesa na Guerra
Franco-Prussiana (1870-1871), quando a França foi obrigada a pagar pesada
indenização de guerra, além de ceder aos alemães as províncias francesas da
Alsácia e da Lorena, conforme acordo firmado pelo Tratado de Frankfurt.
Na
década de 1900, os dois países travaram uma disputa pelo Marrocos, localizado no
norte da África e rico em minérios. A Alemanha questionava o acordo firmado
entre a França e a Inglaterra em 1904, segundo o qual o território do Marrocos
podia ser colonizado pelos franceses, e exigia que seus direitos sobre a região
fossem reconhecidos. O episódio quase levou os dois países à guerra. Um acordo,
cedendo alguns territórios do Congo francês à Alemanha, porém, fez com que o
governo alemão desistisse do Marrocos e acabou evitando o conflito.
A
disputa entre a França e a Itália pela Tunísia, no norte da África, também
criou na época outro foco de tensão. A França dominava a região desde 1881, mas
a Itália não escondia seu interesse econômico no território. Tanto que os
italianos se aproximaram da Alemanha, já pensando em futuras alianças na
disputa colonial.
Paixões nacionalistas
Ao
longo do século XIX, o nacionalismo constituiu grande força política na Europa,
capaz de mobilizar os povos na luta pela unidade territorial e pela afirmação dos
valores e tradições nacionais. Com o acirramento das disputas imperialistas,
passou a ser também uma das fontes legitimadoras da guerra. O nacionalismo
europeu assumiu diferentes formas, segundo a região onde se manifestou.
1. Na França, deu origem ao revanchismo, provocado pela
derrota na Guerra Franco-Prussiana.
Propagandeado
nas escolas, igrejas e na imprensa, o revanchismo francês alimentava o nacionalismo
militarista e o ódio aos alemães.
2. O pan-eslavismo russo constituiu outro fenômeno
importante e surgiu do dever, assumido pelo governo russo, de proteger os povos
eslavos. Como grande nação eslava, a Rússia constantemente se envolvia em conflitos
com os impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano, que tinham domínios nos Bálcãs,
onde se localizavam várias nações de mesma origem étnica, entre elas a Sérvia.
3. Uma terceira forma adotada pelo nacionalismo na Europa foi o expansionismo
sérvio, alimentado depois que a Rússia derrotou o Império Turco-Otomano em
1878, ano em que a Sérvia conquistou sua independência. Encravado na Península
Balcânica, o novo país, querendo aumentar seu território, reivindicava a
província da Bósnia-Herzegovina, então em poder do Império Austro-Húngaro.
4. Na Alemanha, o nacionalismo se manifestou na forma de pangermanismo,
corrente ideológica que lutava pela reunião dos povos europeus de origem
germânica sob a liderança alemã.
Um dos órgãos difusores dessa ideologia era a liga
Pangermânica, criada em 1893.
Bálcãs, uma região explosiva
Os Bálcãs sempre foram um barril de pólvora
prestes a explodir. Na região conviviam povos de diferentes formações étnicas e
religiosas em confl ito permanente. Além disso, sua posição estratégica –
ligando a Europa ao Oriente – tornava o território fonte de disputa entre
várias potências, interessadas em dominar o Mediterrâneo Oriental, uma das mais
importantes rotas comerciais da época. Até o começo do século XIX, toda a
península estava sob o domínio do Império Turco-Otomano. A partir de então, as
nações foram conquistando, pouco a pouco, a independência: a Grécia, em 1829; a
Sérvia, Montenegro e a Romênia, em 1878; a Bulgária, em 1897; e a Albânia, em
1912. O forte nacionalismo na região acabaria levando as potências europeias a
se enfrentarem na Primeira Guerra Mundial.
2. O
atentado de Sarajevo
Esse
clima de exacerbação nacionalista e disputas imperialistas deu origem à
formação de dois blocos antagônicos de nações. O primeiro a surgir foi a tríplice
aliança, que reunia a Alemanha, a Austro-Hungria e a Itália. Logo depois,
foi formada a tríplice entente, aliança militar entre a Inglaterra, a
Rússia e a França.
As
seis maiores potências da Europa estavam, assim, prontas para a guerra. Faltava
apenas um pretexto para iniciar o confronto, e este surgiu no dia 28 de junho
de 1914, quando um estudante sérvio assassinou a tiros o herdeiro do trono
austríaco, o arquiduque Francisco Ferdinando, e sua esposa, na capital da
Bósnia, Sarajevo.
O sistema de alianças e o início da Guerra
Todos esses problemas levaram as grandes
nações a se unirem em blocos, resultando daí dois sistemas de alianças. Foi a
existência desses blocos que transformou um incidente localizado em uma guerra
de proporções continentais.
I) Tríplice Aliança. O primeiro bloco a se
formar foi a Tríplice Aliança. E resultou da diplomacia posta em prática por
Bismarck com o objetivo de isolar a França, logo após a Guerra Franco-Prussiana
(1870-1871). Em primeiro lugar, Bismarck havia formado a “Liga dos três Imperadores”,
que reunia Alemanha, Áustria e Rússia. Mas a Rússia logo se afastou em virtude de
suas disputas com a Áustria nos Bálcãs. Bismarck, porém, conseguiu trazer para
seu bloco a Itália, que havia se desentendido com a França na questão da
Tunísia (1882).
II) Tríplice Entente. Após a saída de
Bismarck do governo alemão, ocorrida em 1890, a diplomacia europeia sofreu uma
grande mudança, que iria permitir à França romper o isolamento.
Primeiro, a França e a Rússia iniciaram uma
aproximação que foi no início financeira, por meio de investimentos franceses
na Rússia, e, em seguida, militar, firmando os dois países um compromisso de
auxílio mútuo em caso de guerra contra os países da Tríplice Aliança.
Em seguida, ocorreu a aproximação entre
franceses e ingleses. Esses dois países tinham rivalidades antigas em virtude
das disputas coloniais. Mas o crescimento da Alemanha levou os dois países a
iniciarem um entendimento para a partilha do norte da África, que culminou em
1904 no acordo chamado “Entente Cordiale”. Finalmente, foi a vez de Inglaterra
e Rússia superarem suas divergências e chegarem a um acordo, assinado em 1907.
Formaram-se assim as duas alianças. Elas
revelavam as profundas rivalidades que separavam as nações europeias. E essas
rivalidades tenderam a agravar-se cada vez mais. Todos se preparavam para o
pior, armando-se e equipando seus exércitos. Por isso, o período que se
estendeu de 1871 a 1914 ficou conhecido como “paz armada”.
3. O
efeito dominó
A
teoria do dominó utiliza a imagem de uma peça derrubando a seguinte e sugere a
ideia de um efeito ser a causa de outro efeito. Assim aconteceu no momento do
assassinato do príncipe.
A
Áustria culpou a Sérvia pelo assassinato e exigiu providências em relação ao
caso. O governo sérvio não encontrou uma saída conciliatória que serenasse os
ânimos depois do atentado, e a Áustria imediatamente declarou guerra à Sérvia.
Em
30 de julho, a Rússia mobilizou suas tropas contra a Áustria, em apoio à
Sérvia. Em resposta, a Alemanha entrou em guerra com a Rússia, para cumprir
seus compromissos com a Áustria.
No
dia 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França e, no dia seguinte, deu
início à sua ofensiva, invadindo o território da Bélgica, um país neutro. A
violação da neutralidade belga foi o motivo alegado pela Inglaterra para
declarar guerra à Alemanha, em 4 de agosto. Em Roma, o governo italiano se
recusou a entrar no conflito, argumentando que seu compromisso com a Tríplice Aliança
era apenas defensivo.
O
governo alemão planejava derrotar a França rapidamente com um ataque
fulminante, para depois voltar suas forças contra a Rússia. Com isso queria
evitar uma luta prolongada em duas frentes ao mesmo tempo. A ofensiva alemã,
contudo, foi detida na batalha do Rio Marne, em 1914. A batalha inaugurou a
chamada guerra de trincheiras, na qual as forças inimigas se fixavam por
longo tempo, frente a frente, em abrigos cavados na terra e protegidos por
arames farpados, denominados trincheiras.
A
Rússia tomou a iniciativa na frente oriental, invadindo a Alemanha e a
Austro-Hungria em 15 de agosto de 1914. No início de 1915, a ofensiva foi
contida pelas forças da Tríplice Aliança e, como ocorreu na frente ocidental,
os exércitos inimigos foram obrigados a se imobilizar na guerra de trincheiras.
Enquanto isso, no mar, a vantagem inicial dos ingleses era quebrada pela ação
dos submarinos alemães.
Com
a intensificação da luta, outros países aderiram a um ou outro lado das forças
em conflito. O Império Turco-Otomano (ainda em 1914) e a Bulgária (1915)
uniram-se aos alemães na Tríplice Aliança. Do lado oposto, entraram Japão
(1914), Portugal e Romênia (1916), Estados Unidos, Grécia e Brasil (1917). A
Itália, que pertencia à Tríplice Aliança, entrou no conflito em 1915, ao lado dos
países da Entente. Com isso, a guerra ganhou caráter realmente mundial.
4. Os
Estados Unidos entram na guerra. A Rússia sai
Até
o começo da guerra, os Estados Unidos cultivavam uma política isolacionista,
isto é, de não intervenção nos assuntos europeus. Essa atitude mudou em abril
de 1917, quando o presidente Woodrow Wilson declarou guerra à Alemanha, depois
de vários navios mercantes estadunidenses serem afundados por submarinos alemães
em águas internacionais.
Nesse
mesmo ano, a Rússia foi abalada por duas revoluções no curto período de nove meses.
Em fevereiro de 1917, uma rebelião popular derrubou o monarca russo (ou czar), que
foi substituído por um governo liberal-burguês. Em outubro, outra insurreição
popular, liderada pelo Partido Bolchevique (mais tarde, Partido Comunista),
destituiu o novo governo e instaurou a ditadura do proletariado, que
tomou a decisão de firmar a paz com os alemães.
A participação do Brasil na guerra
Da mesma forma que os Estados Unidos, o
Brasil também foi vítima da guerra submarina posta em prática pelo governo da
Alemanha. Em abril de 1917, o navio mercante Paraná, carregado de café, foi
torpedeado por um submarino alemão, quando se encontrava nas proximidades do
Canal da Mancha. Reagindo a esse fato, o governo do presidente Venceslau Braz
rompeu relações com a Alemanha e ordenou a apreensão de navios alemães que se
encontravam em portos brasileiros. Nos meses seguintes, outros navios
brasileiros foram atacados da mesma forma. Em outubro, o Brasil firmou uma
aliança com os países da Tríplice Entente e entrou diretamente na guerra.
Para ajudar no esforço de guerra contra a
Alemanha, o governo basileiro enviou para a Europa um grupo de pilotos, uma
equipe médica e também alguns navios. Quando se encontrava no norte da África,
a tripulação desses navios foi atingida pela gripe espanhola, como ficou
conhecida uma doença que fez muitas vítimas entre 1918 e 1919. No Brasil, uma
dessas vítimas foi Rodrigues Alves, que eleito pela segunda vez para a
Presidência da República, em 1918, não chegou a tomar posse, falecendo em
janeiro do ano seguinte.
O Brasil foi o único país sul-americano a
tomar parte na Primeira Guerra Mundial. Esse fato garantiu a participação de
uma delegação brasileira na Conferência de Paris, que elaborou o Tratado de
Versalhes. Os enviados brasileiros também participaram da fundação da Liga das
Nações.
5. O
fim do conflito
Depois
de assinarem a paz com o governo bolchevique, os alemães concentraram suas
forças na frente ocidental. A essa altura, o uso de novas armas –
principalmente tanques e aviões – permitiu uma mudança radical nas táticas de
combate. Introduzidos nos campos de batalha em 1916, os tanques rompiam facilmente
as trincheiras, abrindo caminho para que a infantaria penetrasse em território
inimigo.
Em
março de 1918, os alemães lançaram uma grande ofensiva na frente ocidental,
utilizando aviões, tanques e canhões de longo alcance. Em junho, chegaram a 46
quilômetros de Paris, onde foram detidos pelas defesas aliadas, reforçadas
então por tropas e armamentos dos Estados Unidos. A reação aliada imprimiu à
guerra nova direção. Obrigados a recuar, sob intenso fogo do inimigo, os
alemães começaram a perder aliados: Bulgária, Império Turco-Otomano e Áustria,
um após o outro, retiraram-se da guerra. No segundo semestre de 1918, a
situação militar da Alemanha tornou-se insustentável.
Ao
mesmo tempo, o bloqueio naval imposto pelos Aliados causava séria escassez de
alimentos em território alemão, provocando manifestações de protesto em todo o
país. Em novembro de 1918, a população de Berlim se sublevou contra o governo
monárquico, obrigando o imperador Guilherme II a abdicar. Formou-se então um
governo provisório, sob a liderança do Partido Social-Democrata (socialista
moderado), que proclamou a República – conhecida como república de Weimar –
e assinou um armistício com os Aliados, suspendendo as hostilidades. Terminava,
assim, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
6. O
Tratado de Versalhes
Em
novembro de 1918, os alemães negociaram um armistício para suspender a guerra
por algum tempo. Durante essa trégua, negociar-se-ia um acordo de paz. Mas não
foi isso o que aconteceu. O que realmente aconteceu foi que o armistício foi
entendido como uma rendição da Alemanha. Para os aliados, a guerra estava
encerrada, a Alemanha tinha sido vencida e havia chegado a hora do acerto de
contas.
O
acerto de contas começou em janeiro de 1919, na Conferência de Paris. Dela
participaram somente as nações vencedoras e os países neutros, totalizando 32
governos, mas apenas três líderes definiram os rumos do encontro: o
primeiro-ministro da Inglaterra, Lloyd George, e os presidentes da França e dos
Estados Unidos, Georges Clemenceau e Woodrow Wilson, respectivamente.
A
Conferência de Paris fixou os termos do tratado de paz a ser firmado com as
nações vencidas e reformulou o mapa da Europa. Quatro antigos impérios deixaram
de existir. Os impérios Russo, Austro-Húngaro e Turco-Otomano foram
desmembrados, dando origem a diversas nações, como a Tchecoslováquia e a
Iugoslávia. Além disso, a reunião aprovou a constituição da Sociedade das
Nações, também chamada de Liga das Nações, proposta pelo governo dos Estados
Unidos. O principal objetivo do órgão era encontrar caminhos para o convívio
pacífico entre os povos do mundo.
7. A
hora da revanche
Em
junho de 1919, vencedores e vencidos se reuniram nas proximidades de Paris para
firmar o Tratado de Versalhes. Por imposição da França, o tratado foi
assinado na Sala dos Espelhos do palácio de Versalhes, a mesma em que Bismarck
havia proclamado o Segundo Reich alemão, em janeiro de 1871, após a
derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana.
Pelo
acordo, a Alemanha perdeu a Alsácia-Lorena para a França e outras regiões para
a Bélgica, a Tchecoslováquia e a Polônia. Além disso, foi criada uma estreita
faixa de terra ligando a Polônia ao Mar Báltico. Denominada corredor polonês,
essa faixa atravessava o norte da Alemanha, cortando o país em duas partes.
O
tratado tinha também uma cláusula econômico-financeira, que obrigava a Alemanha
a pagar pesada indenização em dinheiro, a título de “reparações de guerra”, e a
entregar parte de sua frota mercante, de suas locomotivas e de suas reservas de
ouro às nações vencedoras. Uma cláusula militar proibia que o governo alemão
tivesse marinha de guerra, tanques e artilharia pesada, limitando seu exército
a 100 mil soldados.
O saldo
da guerra
Além
de provocar incalculável destruição material, a Primeira Guerra Mundial deixou
um saldo de 19 milhões de mortos na Europa, considerando civis e militares.
A
guerra marcou o fim da hegemonia inglesa no mundo. Embora estivesse entre as
nações vencedoras, a Inglaterra perderia pouco a pouco sua supremacia para os Estados
Unidos, cuja economia foi fortemente beneficiada pela guerra. O país viu duplicar
suas reservas em ouro, passando a reter em seus cofres cerca da metade do ouro
disponível no mundo.
Quanto
à Alemanha, a humilhação que lhe foi imposta pelo Tratado de Versalhes seria
fonte de ódios e ressentimentos entre o povo alemão. Criava-se assim, nesse país,
um clima propício ao despertar de sentimentos extremistas, alimentados pelo
ultranacionalismo germânico e pelo espírito de revanche. Como veremos, esses sentimentos
seriam capitalizados pelo nazismo, que, uma vez no poder, lançaria o mundo em
uma nova guerra mundial, muito mais destrutiva do que a anterior.
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