terça-feira, 6 de março de 2018

O  NAZISMO  NA  ALEMANHA


          
Nazismo foi o regime estabelecido na Alemanha após a chegada de Adolf Hitler ao poder. Hitler era o líder do Partido Nazista, surgdo no começo da década de 1920, como desdobramento de um partido pequeno, o Partido Trabalhista Alemão. Hitler aderiu a esse grupo em 1919, tornando-se seu mais importante orador, e logo depois sua principal liderança.

O nome da organização, por sugestão de Hitler, foi mudado para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (PNDA) (O nome nazista derivou da abreviação “nazi”, dada ao PNDA.) A inclusão da palavra “socialista” foi uma manobra oportunista, pois o socialismo gozava de enorme popularidade entre os trabalhadores do país. Foi também Hitler quem desenhou a bandeira do partido, colocando uma suástica preta dentro de um círculo branco com um fundo vermelho.
A ascensão dos nazistas foi possível em virtude da crise pela qual passava a Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial.

Crise econômica e política alemã no pós-guerra 
Em  novembro  de  1918, após o término da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi envolvida por uma onda de agitações políticas que levaram à queda do imperador Guilherme II e à proclamação da República, sob a liderança dos sociais-democratas (socialistas). Poucos meses depois, uma Assembleia Constituinte reunida na cidade de Weimar deu ao país uma Constituição extremamente democrática.

Adolf Hitler, fazendo a saudação nazista.
No plano econômico, as perdas sofridas com o conflito e o pagamento das indenizações de guerra aos vencedores provocaram dificuldades financeiras que colocaram o país à beira do colapso. Para enfrentá-las, o governo alemão passou a emitir papel-moeda de forma descontrolada, o que gerou inflação e aumento do custo de vida. A desvalorização do marco, a moeda alemã, assumiu proporções assustadoras: em 1919, um marco era comprado por 8,9 dólares; em novembro de 1923, eram necessários 4 bilhões de marcos para comprar um dólar.
O cenário de crise econômica acabou favorecendo a eclosão de duas tentativas de revolução socialista, uma em 1919 e outra em 1923, ambas derrotadas pelas forças do governo. A de 1919 foi liderada por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, mortos ao final da rebelião.

Rosa Luxemburgo e a revolta espartaquista

Rosa Luxemburgo nasceu em 1871, na Polônia, e pertencia a uma família de classe média. Dedicou-se desde cedo às atividades políticas. Por suas convicções, foi perseguida e obrigada a se transferir para a Suíça, onde se doutorou em direito e economia política. Aos 27 anos, mudou-se para a Alemanha.
Marxista de formação, fez duras críticas ao governo dos bolcheviques na Rússia. De sua vasta produção intelectual, destaca-se A acumulação do capital (1913), obra em que estuda as contradições do capitalismo imperialista.
Em 1915, fundou, com Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista, que mais tarde se transformou no Partido Comunista Alemão. O nome era uma homenagem a Espártaco, líder da revolta de escravos que enfrentou os exércitos romanos na antiguidade. Entre 1918 e 1919, Rosa Luxemburgo liderou com Karl Liebknecht uma revolução na Alemanha. A revolução fracassou e eles foram capturados e assassinados pelas forças do governo.

Entre 1924 e 1929, o país passou por um período de relativa estabilidade: investimentos ingleses e estadunidenses asseguraram o reaquecimento econômico e as ameaças de convulsão social foram debeladas. O pior, porém, ainda estava por vir, com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Seguiu-se a Grande Depressão e a economia alemã entrou novamente em uma fase crítica: seis milhões de trabalhadores perderam o emprego quase da noite para o dia, houve quebra de empresas e a inflação voltou com força redobrada.

A divisão entre socialistas e comunistas favoreceu os nazistas
Essa situação favoreceu os nazistas que conseguiram convencer os eleitores de que tinham a solução para a crise do país. No começo da década de 1930, duas correntes políticas e ideológicas apresentavam soluções para o impasse alemão.
Uma delas era a direita, cujo partido mais forte era o Partido Nazista, que desde 1921 era liderado por Adolf Hitler, um nacionalista fanático. Os nazistas prometiam ao povo repudiar o Tratado de Versalhes, fortalecer a economia e garantir empregos.

ORIGEM DO PARTIDO NAZISTA

O Partido Nazista surgiu no começo da década de 1920, como desdobramento de um partido pequeno, o Partido Trabalhista Alemão. Hitler aderiu a esse grupo em 1919, tornando-se seu mais importante orador, e logo depois sua principal liderança. 

O nome da organização, por sugestão de Hitler, foi mudado para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (PNDA) (O nome nazista derivou da abreviação “nazi”, dada ao PNDA.) A inclusão da palavra “socialista” foi uma manobra oportunista, pois o socialismo gozava de enorme popularidade entre os trabalhadores do país.



Foi também Hitler quem desenhou a bandeira do partido, colocando uma suástica preta dentro de um círculo branco com um fundo vermelho.



Outra era a esquerda, dentro da qual se destacam comunistas e sociais-democratas (socialistas).
Os comunistas contavam com o apoio da classe operária e de setores minoritários da classe média alemã. Já os sociais-democratas haviam dirigido o governo nos primeiros anos da República de Weimar. Ambos os partidos defendiam uma solução socialista para a crise alemã. Com uma diferença importante: os sociais-democratas acreditavam na possibilidade de chegar ao socialismo por via eleitoral, enquanto os comunistas argumentavam que isso só seria possível por meio de uma revolução, como a que ocorrera na Rússia, em 1917.
Nenhum dos dois partidos tinha votos suficientes para chegar ao poder sozinho, mas havia a possibilidade de somarem forças em uma frente eleitoral de esquerda e garantir a maioria do eleitorado. Se tivessem feito isso, poderiam ter evitado a vitória dos nazistas. No entanto, os comunistas alemães se recusaram a estabelecer uma aliança com os socialistas nas eleições de 1932.
Essa decisão teve efeitos trágicos para a Alemanha e para o mundo. Nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista obteve 37,3% dos votos, quantidade suficiente para vencer os opositores divididos. Nessas circunstâncias, e sem alternativa, o presidente da República, marechal Hindenburg, nomeou Adolf Hitler para o cargo de primeiro-ministro (que na Alemanha é chamado de chanceler).

A violência como meio de ação dos nazistas
O Partido Nazista adotou uniformes, saudações, emblemas, bandeiras e hinos especiais. Seu símbolo mais importante era a suástica (ou cruz gamada). Os nazistas formaram duas milícias armadas extremamente eficazes no emprego da violência para aterrorizar os adversários comunistas, socialistas e democratas: as SA (tropas de assalto, uniformizadas com camisas pardas) e as SS (tropas de elite, uniformizadas de negro).
Antes de chegar ao poder, os nazistas defendiam um programa que incluía propostas de anulação do Tratado de Versalhes e denúncias contra os grandes monopólios da indústria, o marxismo e os judeus, acusados de ligação com o grande capital financeiro internacional. Em 1934, porém, já instalado no poder, Hitler passou a aceitar os monopólios e firmou acordos com a grande indústria alemã. Como o líder das SA discordava dos acordos, Hitler ordenou o massacre dos SA no episódio que ficou conhecido como Noite dos longos punhais, durante o qual três mil pessoas foram assassinadas.

O triunfo da barbárie
Assim que chegou ao poder, Hitler partiu para a execução do plano de estabelecer uma ditadura totalitária. Em 1933, os nazistas puseram fogo na sede do Parlamento (Reichstag) e responsabilizaram os comunistas pelo atentado. Era o pretexto de que Hitler precisava para reprimir com violência a esquerda e os sindicatos.
Em 1934, com a morte do marechal Hindenburg, Adolf Hitler acumulou as funções de primeiro-ministro e de presidente da República. A partir de então, adotou como título a palavra alemã führer, que significa “líder” ou guia”. E passou a governar com poderes ilimitados. As primeiras medidas tomadas pelo novo governo foram a extinção de todos os partidos políticos, com exceção do Nazista, e a submissão dos sindicatos ao poder do Estado.

A morte nos campos de concentração
Em seguida, entrou em vigor uma legislação antissemita (ou antijudaica), conhecida como Leis de Nuremberg (1935), pela qual os judeus foram destituídos dos direitos de cidadania, afastados do serviço público, das universidades e proibidos de exercer qualquer profissão. Os que não deixaram o país foram presos.
Para completar a escalada de violência, o governo criou campos de concentração destinados a confinar judeus, comunistas, socialistas e opositores em geral. Mais tarde, essas grandes prisões cercadas de arame farpado e fios eletrificados se transformaram em campos de extermínio, onde foram mortos 6 milhões de judeus, além de comunistas, homossexuais, ciganos etc.
Enquanto utilizava o terror como política, o governo nazista promoveu ao mesmo tempo grandes investimentos no setor bélico (armas, tanques, aviões etc.) e um plano de obras públicas (estradas, ferrovias, aeroportos). O objetivo era tanto absorver os desempregados como preparar o país para a guerra.
O primeiro desses planos teve início em 1933. Quatro anos depois, o desemprego havia desaparecido do país. O plano seguinte conseguiu transformar a Alemanha na segunda potência industrial do mundo, superada apenas pelos Estados Unidos. A Alemanha tinha saído da crise, mas se preparava para lançar o mundo em uma nova guerra.

O antissemitismo nazista

As ideias de Hitler foram reunidas em Mein Kampf (Minha luta), livro que escreveu por volta de 1923, quando esteve preso por alguns meses, depois de tentar promover uma espécie de “Marcha sobre Berlim” a partir da cidade de Munique.
Minha luta expõe uma ideologia fortemente marcada por ideias totalitárias e de superioridade racial. Para Hitler, os alemães pertenceriam a uma “raça pura” destinada a dominar a humanidade. Todas as outras “raças” humanas seriam inferiores, principalmente os judeus, “raça impura”, à qual Hitler atribuía grande parte dos males da humanidade (antissemitismo).
Para ele, os judeus eram os responsáveis pelo marxismo e pelo capitalismo financeiro internacional, que deviam ser combatidos.
Outros inimigos que precisavam ser eliminados, segundo a ótica hitlerista, eram a democracia, o liberalismo, o socialismo e o comunismo. Aos alemães deveria ser concedido, pela paz ou pela guerra, um “espaço vital”, isto é, um grande território na Europa destinado a abrigar os povos germânicos em um só reino ou império (o reich).
Essas ideias formavam as premissas de uma visão totalitária da sociedade, pela qual os indivíduos deveriam pertencer ao Estado, sob a liderança de um único chefe, o führer. Ele seria o responsável pelas grandes decisões, em nome da comunidade dos povos germânicos organizados em um grande império – o Terceiro Reich —, que duraria mil anos.


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