quinta-feira, 9 de setembro de 2021

 MAOMÉ E A FUNDAÇÃO DO ISLAMISMO

Os árabes eram praticantes do politeísmo (embora também houvesse comunidades cristãs e judaicas). E a cidade de Meca era o centro religioso mais importante, além de ser um polo comercial. Estava situada num estreito vale em meio a uma região árida. E para lá confluíam as peregrinações religiosas dos beduínos. Era lá também que ficava a Caaba, santuário que abrigava inúmeros ídolos, além da Pedra Preta — provavelmente um pedaço de meteorito —, considerada sagrada. Além desse, existiam outros locais na cidade considerados importantes para os cultos politeístas dos povos árabes antigos.
A vida dos árabes passou por uma completa transformação com o advento de uma nova religião, o islamismo. Seu fundador foi
Abu al-Qasim Muhammad ibn ‘Abd Allah ibn ‘Abd al-Muttalib ibn Hashim, mais conhecido como Maomé. Havia nascido justamente em Meca, provavelmente em 570. Órfão desde pequeno, Maomé foi adotado por um tio e se integrou às atividades comerciais da família. Durante grande parte da vida, foi condutor de caravanas, o que lhe permitiu entrar em contato com outros povos e conhecer outras culturas e religiões.
Maomé se casou várias vezes. A primeira foi com a jovem viúva Khadija, com quem teve seis filhos. Ficaram juntos por 25 anos, até a morte dela. Posteriormente, o profeta casou-se 13 vezes, para concretizar alianças políticas e expandir a religião,
Segundo a tradição, quando Maomé tinha cerca de 40 anos, começou a ter revelações. Em uma delas, o anjo Gabriel teria lhe dito: “Há um só Deus, Alá, e Maomé é seu profeta”.
Ele havia sido escolhido para ser o último profeta na Terra. A partir dessas revelações, ele passou a pregar uma nova religião, o islã, que significa submissão a Deus. Seus principais fundamentos incorporavam crenças árabes tradicionais, judaicas e cristãs.
Após converter a própria família, Maomé passou a pregar o islã aos beduínos, em Meca. Os comerciantes da cidade, entretanto, receavam que o monoteísmo pregado pelo islã afastasse os peregrinos e prejudicasse seus negócios. Hostilizado e perseguido, Maomé fugiu de Meca, refugiando-se na cidade de Yatreb (hoje conhecida como Medina, isto é, cidade do profeta). O ano da fuga de Maomé (Hégira, em árabe), ocorrida em 622, é considerado o primeiro do calendário muçulmano.
Em Medina, Maomé continuou pregando a nova religião, transformando-se em líder religioso, mas também político. Conseguiu reunir muitos aliados entre os comerciantes e os beduínos convertidos e, em pouco tempo, o islamismo conquistou muitos seguidores, impondo-se por toda a Arábia por meio da pregação e da força.
Em 630, Maomé retornou vitorioso à cidade sagrada. Retirou da Caaba todas as imagens de deuses do culto politeísta, dedicando o templo unicamente à adoração de Alá.
Maomé faleceu pouco depois. Tinha então fundado uma religião - a que mais cresce em todo o mundo. Tinha também organizado um Estado teocrático e lançado os fundamentos ideológicos do império que iria se formar em seguida. Foi sucedido por califas (palavra que significa “substituto”). Os quatro primeiros foram escolhidos entre os familiares do profeta, começando por um de seus sogros, Abu Beker.

Nenhum comentário:

Postar um comentário