O CIRCO ROMANO
“A mais difundida das paixões populares, as lutas de gladiadores, teve sua origem
em um costume religioso. Os etruscos, um povo que vivia no norte de Roma e que
ocupou quase toda a Itália nos séculos VII a V a.C., introduziram o costume de
sacrificar prisioneiros
de guerras nos funerais dos seus próprios guerreiros – prisioneiros inimigos –
até a morte servia como uma espécie de sacrifício aos deuses em honra aos
soldados vencedores que haviam perecido [...].
Com o
passar do tempo, a luta passou à arena e adquiriu outras conotações religiosas.
A morte dos gladiadores passou a representar a supremacia dos vivos, os
espectadores, que, mesmo sendo muito ou escravos, podiam beneficiar-se do
sacrifício humano. [...].
Tal caráter
mágico da luta de gladiadores não significa porém que não houvesse nela um lado
de diversão e que não fosse utilizada pelos governantes para dominar a grande
massa. Mas como era uma luta de gladiadores?
Em um anfiteatro,
dois lutadores por vez, armados de capacetes, lanças, escudos, espadas, redes e
garfos, pelejavam até que um deles caísse ao solo e ficasse em posição de ser
morto pelo adversário.
Nesse momento, o público devia manifestar-se, levantando
ou abaixando os polegares, para decidir se o perdedor devia ser morto ou
poupado para as lutas futuras. Caso houvesse lutado bravamente seria preservado.
Caso contrário, era morto e retirado por Carum. [...]
As lutas
faziam parte, portanto, de um conjunto de festas religiosas financiadas pelos
políticos. Por que eram tão populares? [...].
A
explicação para a popularidade das lutas encontra-se na associação entre
religiosidade e manutenção da ordem social que esses espetáculos encerravam. O
sacrifício humano a deuses específicos em festas cívicas patrocinadas pelas
autoridades representava uma maneira de escravos e pobres superarem as mazelas
e os sofrimentos do seu dia a dia. [...]
Isso
demonstra bem como os jogos de gladiadores cumpriam um papel fundamental de manutenção
da ordem social, e seu abandono só ocorreria com a sua substituição por algo
que mantivesse, os menos no plano das ideias, a noção de sacrifício pela
comunidade.“ FUNARI, Pedro Paulo A. Roma: vida pública e vida privada.
São Paulo: Atual, 1993. p. 40-43. (História Geral em Documentos).
Dia a Dia na História
Vista
exterior do Panteão romano, edifício circular construído no século I da Era
Cristã. Foto de 2014.
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