A CIVILIZAÇÃO
CHINESA
(Parte I)
Em
2008, os Jogos
Olímpicos foram realizados na
China. Foi uma oportunidade especial para que pessoas de todo o mundo pudessem
ver, pela TV, imagens de um país fascinante, que apenas recentemente começou a
se abrir. Na China, quase tudo é grande. Seu território, com 9,6 milhões de
km², é pouco maior que o do Brasil, mas sua população, de mais de 1,3 bilhão de
habitantes em 2015, é quase sete vezes maior que a população do Brasil no mesmo
ano.
É
lá que fica a Grande Muralha, uma obra iniciada há mais de 2 mil anos e que é,
ainda hoje, a maior de todas as obras que a humanidade construiu. Com 6 700 km
de extensão, tem distância igual à que separa as cidades de Salvador e Nova
York.
Com
uma história de mais de 4 mil anos, os chineses têm uma imensa experiência
acumulada. Ao longo desses milênios, o povo chinês foi responsável pela
invenção do compasso, do papel, da bússola e de outras descobertas de
importantes para a humanidade.
2. O
desenvolvimento da agricultura na China
Por
volta de 10 mil anos atrás, grupos humanos que viviam da caça, da coleta e da
pesca deram início à agricultura e à criação de animais aproveitando as plantas
e os animais que existiam em abundância em certas regiões da China.
A
agricultura possibilitou a fixação da população e o surgimento dos vilarejos
mais antigos nos vales dos grandes rios chineses: o Rio Amarelo (Hoang-Ho) e o
Rio Azul (Yang-Tsé-Kiang). As aldeias eram construídas sobre colinas e muitas
vezes cercadas por muros de terra batida, dura como o cimento, para defendê-las
dos ataques de inimigos.
A
agricultura e a criação de animais garantiram uma fonte segura de alimentos. Os
grãos eram estocados em jarros de cerâmica decorados com desenhos de plantas e
animais. Tecidos começaram a ser confeccionados utilizando a fibra do cânhamo e
também se difundiu o uso de instrumentos feitos de metal. O primeiro metal
usado foi o cobre, vindo depois o bronze, que apareceu no terceiro milênio
antes da Era Cristã.
3. O
surgimento dos primeiros reinos chineses
No
final do Neolítico, como ocorreu no Egito e em outros locais, também os
chineses se organizaram politicamente, concentrando o poder nas mãos de um
governante (ou mais de um, não se sabe ao certo). Os antigos chineses
inventaram lendas e mitos para explicar para si mesmos a origem de sua cultura
e do Estado chinês. Assim, nasceu a crença de que, em tempos passados, tinham
existido reis-deuses, ou reis-sábios, de moral perfeita, que usaram seus
poderes mágicos para melhorar a vida das pessoas.
Até
poucas décadas atrás, os historiadores não conseguiam separar o que era lenda e
o que podia ser verdadeiro a respeito dos primeiros governantes chineses. Nos
últimos anos, porém, graças ao trabalho dos arqueólogos, foram descobertos
muitos vestígios que permitem afirmar que, desde o terceiro milênio a.C., já
havia reinos organizados no Vale do Rio Amarelo.
A dinastia Chang
O
mais importante desses reinos, que deu origem ao Império Chinês, foi governado
pela dinastia Chang durante quase todo o segundo milênio a.C. No topo dessa dinastia, havia um monarca que
desempenhava funções de chefe de tribo e de principal sacerdote, unindo,
portanto, as funções políticas e as religiosas. Ele conduzia os rituais de
adoração dos antepassados, que era um aspecto importante da religião da época.
Com
isso, o monarca reforçava o prestígio de sua família e legitimava a própria
autoridade. Assim, não surpreende que seu poder tenha aumentado com o passar do
tempo. Seu poder pode ser avaliado por sua capacidade de recrutar um enorme
contingente de trabalhadores nas obras públicas, como a construção e a
reconstrução de muralhas de proteção das cidades.
Na
época dos Chang foram feitas as primeiras observações astronômicas, indispensáveis
para o calendário das atividades agrícolas. Foi também quando surgiu a
primitiva escrita, da qual deriva a moderna escrita chinesa.
No
final do segundo milênio a.C., o Império dos Chang entrou em declínio e acabou
sendo conquistado pelos Chou.
A dinastia Chou
Os
conquistadores Chou viviam a oeste do Estado governado pelos Chang, no Vale do
Rio Wei, afluente do Rio Amarelo. Em busca de legitimidade, os novos
governantes não apelaram para o tradicional culto dos ancestrais. Em vez disso,
preferiram invocar o conceito de Mandato Celestial. Segundo essa noção,
o rei governava por vontade de uma divindade impessoal, o Céu, e uma vez no
poder devia se comportar de maneira moralmente correta.
Em
contrapartida, se seus sucessores se tornassem indignos, o Céu podia
retirar-lhes o mandato e confiá-lo a outro soberano, que então daria início a
uma nova dinastia.
Por
cerca de três séculos, o governo dos Chou foi bem sucedido, e conseguiu estender
continuamente as fronteiras, incorporando novas populações à área de influência
da cultura chinesa.
No século
VIII a.C., o Império dos Chou começou a ser agitado por revoltas comandadas por
chefes militares. Em 771 a.C., a capital foi tomada por forças que se uniram
contra o rei.
O poder
central se enfraqueceu, o que favoreceu a emergência de centenas de reinos, que
passaram a disputar a hegemonia dentro do império. Usando da diplomacia ou da
guerra, alguns reinos foram incorporando outros e, por fim, restaram apenas
sete reinos: Qin, Chu, Qi, Wei, Zhao, Yan e Han.
Por causa
dessas lutas, a fase final da dinastia Chou ficou conhecida por Período dos
Reinos Combatentes e se encerrou em 221 a.C., seguindo-se a ascensão de uma
nova dinastia.
4.
Grandes pensadores chineses
Na
época em que a China vivia a agitação causada pelas guerras entre os reinos,
viveram naquele território importantes pensadores, sendo os mais influentes
Laozi e Confúcio, criadores do taoismo e do confucionismo, respectivamente.
O taoísmo
Segundo
a tradição, Lao-Tsé (que signifi ca “velho mestre”) foi o fundador do taoísmo.
Ele era contemporâneo de Confúcio, embora fosse um pouco mais velho. O texto
taoista mais conhecido intitula-se Tao Te Ching, ou “Livro do Caminho e
da Virtude”, e sua autoria é atribuída a Lao-Tsé.
A
palavra chinesa Tao, que compõe o termo “taoismo”, quer dizer “caminho”.
Os taoistas defendem a moderação dos desejos, pois quando são numerosos e
intensos causam perturbação.
Acreditam
que todas as coisas e todos os seres têm um caminho, que é o natural, e, para
seguir esse caminho, a pessoa não deve se restringir a normas; ao contrário,
ela deve aceitar a ordem natural das coisas, sem resistência.
Esse
ponto mostra a radical diferença que separa o taoismo do confucionismo.
O confucionismo
Confúcio
foi o responsável por um conjunto de princípios filosóficos e morais que serviu
de norma de comportamento para os chineses por mais de dois mil anos. Com o
tempo, o confucionismo passou a ser visto também como uma religião, e templos
dedicados a Confúcio foram erguidos em vários países da Ásia oriental.
Confúcio,
nascido em 551 a.C., pertencia a uma família nobre, embora empobrecida, e desde
muito jovem voltou-se para os estudos. “Aos 15 anos, dediquei-me de coração a
aprender”, escreveu ele. Era considerado um dos homens mais sábios de seu
tempo. Quando adulto, ocupou cargos no reino onde vivia e depois passou muitos
anos viajando por vários outros reinos, oferecendo seus conselhos aos senhores
locais. Aos 68 anos, retornou para sua terra e passou a dedicar-se ao ensino.
Faleceu
em 479 a.C. Seus discípulos reuniram seus ensinamentos na obra Analectos (palavra
grega que designa uma coleção de escritos ou ditos célebres).
As
ideias básicas do confucionismo destacam a importância da educação, o respeito
aos mais velhos, a ideia de que o homem pode se aperfeiçoar, a obrigação de
cada um cumprir seus deveres e, para o governante, o dever moral de dar o bom
exemplo. Confúcio ensinava que um governante deveria esforçar-se para oferecer
paz e prosperidade ao povo. Se não alcançasse esse objetivo, poderia ser
substituído. Embora recomendasse obediência aos superiores, Confúcio admitia a
derrubada de um governo que tivesse conduta indigna — uma ideia que estava de
acordo com o conceito do Mandato Celestial. Também ensinava que o bom governante
devia estimular a educação, promover uma sociedade justa e nomear pessoas
capazes para os cargos mais importantes, sem se preocupar com a origem social
delas. Essa recomendação foi, mais tarde, acatada ao ser implantado o sistema
de exames para selecionar os funcionários do governo chinês.
Depois
que a república foi proclamada, em 1912, o confucionismo, considerado uma
doutrina conservadora, foi abandonado como filosofia oficial pelo governo
chinês.
5.
Nasce a China imperial
Em
221 a.C., chegou ao fim um longo período de guerras na China. O rei de Qin
triunfou sobre os demais reinos e se autoproclamou o Primeiro Imperador — Shi
Huangdi.
O
novo governante podia adotar esse título porque foi o primeiro a governar um
Estado chinês realmente unificado. Ele estendeu para toda a China o modelo
administrativo centralizado que vinha sendo aplicado em seu próprio reino.
Aboliu os antigos reinos e até proibiu que seus nomes continuassem sendo
pronunciados. No lugar deles, criou 36 províncias, governadas por representantes
O governo dirigido por Huangdi introduziu uma moeda única e um sistema uniforme
de pesos e medidas. O objetivo dessas medidas era fortalecer a centralização,
mas elas também atendiam a necessidades criadas pelo crescimento do comércio.
Para facilitar a comunicação entre as províncias, um mesmo sistema de escrita
foi imposto a toda a China.
Camponeses
foram recrutados em grande quantidade para o exército e também para a execução
de obras públicas, nas quais trabalhavam ao lado dos escravos. Entre essas
obras estava a construção de uma grande muralha no norte da China, cuja finalidade
era impedir a entrada de invasores.
O
imperador e seus principais conselheiros eram seguidores de uma doutrina
chamada legalismo, que recomendava um sistema de recompensas e punições
como forma de manter o controle do povo. Esse sistema se apoiava em leis
rigorosas e foi combatido pelos confucionistas, que, por isso, foram
perseguidos e, muitos deles, condenados à morte. Em 213 a.C., o imperador mandou
realizar uma grande queima de livros, com destaque para as obras
confucionistas.
Somente
foram preservadas as obras que tratavam de assuntos técnicos.
Shi
Huangdi morreu em 210 a.C., aos 49 anos. Como imperador, seu governo durou
apenas 12 anos. O filho, que o sucedeu, não pôde governar por muito tempo. O
descontentamento da população se manifestou em revoltas por todo o país. Uma
delas foi liderada por altos funcionários e generais e provocou a morte do
imperador. Aproveitando o enfraquecimento do poder central, alguns reinos
recuperaram a antiga autonomia. Por fim, em 206 a.C., teve início o governo de uma
nova dinastia, que tomou o nome de Han.
Dinastia Han
A
dinastia Han procurou consolidar a unificação da China. Os reinos que haviam
ressurgido passaram a ser governados por membros da família reinante. A velha
nobreza foi aos poucos sendo substituída na administração por funcionários
recrutados, geralmente de origem plebeia.
Uma
das exigências aos candidatos aos cargos era que conhecessem o confucionismo, a
filosofia que se tornou, cada vez mais, a doutrina oficial do governo da China.
A
nova dinastia manteve-se no poder por um longo período. Data dessa época a
fusão dos elementos étnicos de diversas origens que habitavam o país; a
unificação política contribuiu também para a fusão dos idiomas e dialetos em um
idioma único. O fato de hoje a quase totalidade dos chineses se considerar Han-jen
(ou seja, filhos de Han) mostra a importância dessa dinastia para a
formação da identidade nacional chinesa.
O
governo dos Han expandiu as fronteiras da China e favoreceu o estabelecimento
de contatos com a Índia e outras regiões distantes. A Rota da Seda, aberta
nessa época, atravessava a Ásia ocidental e chegava até o Império Romano.
No
último século antes da Era Cristã, a China já contava com 60 milhões de
habitantes, um número bem maior que o de toda a população europeia daquele
tempo. Foi por essa época que os chineses criaram um processo para a fabricação
do papel. Em meados do século I da Era Cristã, uma nova religião chegou à
China, vinda da Índia: o budismo. Suas semelhanças com o taoísmo favoreceram
sua rápida difusão entre os chineses. Hoje, o budismo é a religião com maior
número de seguidores declarados na China — cerca de 150 milhões de pessoas.
A INVENÇÃO DO PAPEL
Costuma-se atribuir a Tsai-Lun, funcionário da corte
chinesa, a invenção do papel em 107 d.C. Mas o provável é que o papel tenha
sido inventado aos poucos, durante o primeiro século da Era Cristã. O papel era
obtido da reciclagem de tecidos.
As fibras têxteis já usadas eram moídas e colocadas na
forma de folhas finas. Da China, o conhecimento para a produção de papel se
espalhou para outras partes. Consta que chegou ao Japão por volta do ano 600.
No século XIV, foi introduzido no continente europeu, levado pelos árabes.
6. Idade de ouro da China
Entre
os séculos VI e XIII, a China conheceu o que, para alguns historiadores, foi a idade
de ouro da China.
Consolidou--se
uma eficiente burocracia administrativa, que havia começado a ser estruturada pelo
Primeiro Imperador, mais de mil anos antes. Surgiram bibliotecas e escolas para
o funcionalismo, cuja fonte de inspiração continuava sendo a filosofia de
Confúcio. O modelo administrativo chinês foi imitado pelos territórios vizinhos
— Japão, Coreia e Vietnã.
Por
esse tempo, a indústria artesanal crescia rapidamente. A China tinha ricos
depósitos de ferro e carvão que favoreceram o desenvolvimento da siderurgia. No
fi nal do século XI, a China estava produzindo cerca de 125 mil toneladas de
ferro por ano. Esse volume era o dobro do que a Inglaterra produzia, no século
XVIII, quando esse país iniciou a Revolução Industrial.
O
ferro era usado na produção de muitos artigos que alimentavam as trocas
comerciais. O crescimento do comércio era favorecido pelo crescente uso do
papel-moeda e um sistema mais racional de cobrança de impostos. E também pelo
transporte de baixo custo, possível graças à existência de um amplo sistema de
navegação fluvial por meio de rios, canais e lagos.
A
política exterior alargou o comércio com a Índia e com o resto da Ásia,
atraindo comerciantes estrangeiros em cujas colônias nasceram os primeiros
bancos chineses.
Simultaneamente,
os chineses desenvolveram uma série de inovações que incluía a pólvora, o
canhão e a imprensa. Os chineses, que já tinham inventado o papel, foram o
primeiro povo a conhecer o livro impresso. Entretanto, a imprensa não prosperou
na China, diferentemente do que iria ocorrer com a imprensa “reinventada” por
Gutenberg, no século XV, na Europa, que teve grande sucesso imediato.
Por
volta do ano 1000, a população chinesa já ultrapassava a marca de 100 milhões
de habitantes.
7. A
China sob os mongóis
Os
mongóis viviam no norte do Império Chinês, em uma região que corresponde
aproximadamente à atual Mongólia. Estavam divididos em clãs e tribos e, entre
eles, as guerras eram frequentes.
Sendo
povos nômades, não tinham cidades. Viviam da caça e de seus rebanhos e não
usavam a escrita. Por muitos séculos, foram uma ameaça aos chineses. Em parte
foi por causa deles que os chineses construíram a Grande Muralha.
A
história dos mongóis e da Ásia começou a mudar radicalmente com o aparecimento
de Gengis Khan, que viveu entre os séculos XII e XIII. Originalmente seu nome
era Temudjin e era filho de um chefe de clã. Por suas qualidades de guerreiro,
distinguiu-se entre os demais chefes de clãs e conseguiu unificar os mongóis.
Esse povo
ocupou a China aos poucos. Começando pelo norte, a conquista de todo o
território chinês se completou em 1279. A façanha foi conduzida por Kublai
Khan, neto de Gengis Khan. Kublai Khan reunificou a China e se declarou
imperador, estabelecendo sua capital em Pequim. A dinastia que ele iniciou
recebeu o nome chinês de Yuan e governou a China por quase um século, até 1368.
Durante esse tempo, os Yuan procuraram se comportar como uma autêntica dinastia
chinesa, mas sempre foram encarados como estrangeiros.
Kublai
Khan mostrou-se tolerante em relação às diversas religiões. Missionários
cristãos e muçulmanos agiam com total liberdade. Atraiu artistas e pensadores e
estimulou o desenvolvimento do comércio e da indústria. Ele também permitiu que
a China, pela primeira vez, fosse visitada por viajantes europeus. Um desses
viajantes foi Marco Polo.
Esse
viajante era originário de Veneza, uma cidade da atual Itália. Ele permaneceu a
serviço do imperador por 17 anos. Posteriormente, relatou o que viu em um livro
publicado na Europa. Descreveu Kublai Khan como “o mais poderoso senhor de gentes,
de terras e de tesouros, mais do que qualquer outro senhor que há ou que alguma
vez tenha havido até o dia de hoje”. (CONY, Carlos Heitor. As viagens de
Marco Polo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 90.)
Em
meados do século XIV, uma epidemia atingiu a China, provocando uma drástica
redução da população. A esse fato se juntaram as dificuldades econômicas e o
desejo de se livrar da dominação estrangeira, e tudo isso explica o início de
revoltas populares que se espalharam pelo sul do território. O movimento
cresceu e se transformou em uma guerra pela expulsão dos mongóis.
Em
1368, o líder da revolta tomou o poder imperial e iniciou uma nova dinastia,
chamada Ming, que durou até 1644.
8. A
dinastia Ming
Sob
o governo dos Ming, houve um grande aumento da atividade marítima chinesa. Uma
numerosa frota naval foi construída, o que permitiu que marinheiros chineses
chegassem à Arábia e até mesmo à costa oriental da África.
Entre
1405 e 1433, o almirante Zheng He, um chinês muçulmano, comandou sete
expedições marítimas.
Os
navios chineses provavelmente eram os maiores barcos do mundo naquela época. Chegavam
a medir até 135 metros. Em suas últimas expedições, os chineses chegaram até
Moçambique, na costa
oriental da África. Aonde chegavam, os chineses trocavam presentes, coletavam
informações geográficas, curiosidades científicas e principalmente estabeleciam
relações diplomáticas com os povos visitados.
Embora
naquele momento a China estivesse na vanguarda da navegação marítima, as
expedições não tiveram continuidade, sendo interrompidas a partir de 1433. O
que teria levado o governo chinês a tomar essa decisão? Os motivos não são
claros. Para alguns historiadores, a decisão foi tomada pelos funcionários
confucianos que tinham voltado ao poder, após a mudança de imperador, e eles
não aprovavam o comércio e o contato com o mundo exterior. Para outros, o
problema foi simplesmente falta de recursos financeiros.
Qualquer
que tenha sido a causa, o que importa é que a decisão teve consequências da
maior importância, pois resultou na retirada da China da competição pela
supremacia marítima e deixou o caminho livre para o avanço europeu.
Na Europa,
os portugueses saíram na frente e, em 1517, chegaram à China. Foram seguidos
algum tempo depois pelos espanhóis e também por holandeses e ingleses. Vendo
com desconfiança o contato com os “bárbaros”, que é como os chineses se
referiam aos europeus, o governo chinês permitiu que fizessem comércio apenas
em alguns portos do sul da China.
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