ÁFRICA: das origens ao contato
com os europeus
O início de tudo
Evidências
arqueológicas indicam que foi na África que surgiram os antepassados da espécie
humana. Isso teria acontecido há pelo menos 7 milhões de anos. Muitos milênios
depois, inúmeros indivíduos da espécie homo
sapiens (os humanos modernos) migraram do continente africano e povoaram o
planeta. Portanto, todos nós somos descendentes de povos da África.
A
partir do século XVI, foi também de lá que saiu grande parte de pessoas
trazidas à força para trabalhar como escravos no Brasil e em outras partes do
Novo Mundo. Esse destino foi imposto a aproximadamente 11 milhões de pessoas.
Os
afrodescendentes formam, hoje, uma grande parcela da população das Américas, sendo
o Brasil o país com a maior população negra fora da África.
2. A
paisagem africana
A
África é o terceiro maior continente do planeta, contando com 30,2 milhões de
quilômetros quadrados. Apenas um décimo dessa área é aproveitável para a
agricultura. Grande parte do território é ocupada pelos desertos do Saara e de Kalahari,
cabendo às savanas e estepes uma área um pouco menor. As florestas que ainda
restam estão concentradas na parte centro-oeste do continente. O Saara (palavra
derivada do árabe sahr, que significa “deserto”) divide o continente em
duas porções bastante distintas: a África do Norte e a África Subsaariana.
O
Saara, entretanto, nem sempre foi um deserto. A paisagem árida que existe hoje
começou a se formar há cerca de 6 mil anos, em virtude de mudanças climáticas. Rios
e lagos secaram. Restaram uns poucos oásis que tornam possíveis a vida e o trânsito
de pessoas no deserto.
Muitas
pessoas que moravam na região tiveram de procurar outros lugares para viver. Um
dos destinos tomados foi o Vale do Rio Nilo, que se tornou a primeira região plenamente
produtora de alimentos da África. Outro lugar foi a região de savana ao sul do
Saara. Essa região é percorrida pelo Sael (de sahel, palavra árabe que
significa “costa” ou “fronteira”). O Sael geralmente é mencionado pelo nome de
Sudão (não confundir com o país do mesmo nome). Esse nome é derivado de Bilad
al-sudam, expressão árabe que significa “terra de negros”. Atualmente,
vivem ali vários milhões de pessoas, distribuídas por diversos países.
3. Muitos
povos e culturas
Uma
em cada quatro línguas faladas no mundo é encontrada apenas na África. O
continente apresenta, portanto, uma grande variedade de línguas, fato que tem
despertado a atenção de estudiosos desde meados do século XIX. Disso resultou
mais de uma forma de classificar as línguas africanas, sendo a mais aceita a
que reúne essas línguas em quatro famílias principais.
No
norte da África, no Saara e no Sael predominam as famílias
afro-asiática e nilo-saariana. Nesse grupo está incluído, por
exemplo, o árabe – dos berberes –, a língua mais falada no norte da África. Uma terceira família é chamada khoisan (ou coisán), que hoje tem falantes
vivendo em uma área restrita no sul do continente. E a quarta família,
denominada níger-congo, inclui as línguas do grupo banto faladas
por grande parte dos povos que vivem ao sul do Deserto do Saara.
Existem
ainda as línguas trazidas para a África pelos colonizadores europeus. Como
consequência, a maior parte dos países africanos adotou, entre as línguas consideradas
oficiais, uma língua europeia, evidentemente aquela do país colonizador.
Além das
línguas europeias, há duas outras que são consideradas línguas não africanas.
Uma delas é o africâner, que se desenvolveu na colonização iniciada
pelos holandeses no sul da África, no século XVII, e hoje é uma das línguas oficiais
da África do Sul. Outra é o malgaxe, originária da Ásia e falada por
moradores da Ilha de Madagascar.
4. Árabes
na África oriental
Enquanto
isso, comerciantes árabes levaram a influência muçulmana para a costa
oriental da África, atraídos pelo comércio nessa região. Navegando pelo
Oceano Índico, frequentavam essa porção da África em busca de ouro, marfim,
ferro e madeiras raras.
Mais
tarde, começaram também a comerciar africanos como escravos, que eram levados
para a Península Arábica e para regiões ainda mais distantes. Em troca,
forneciam para os povos africanos tecidos de algodão e de seda, enfeites,
pérolas, porcelanas, drogas medicinais e perfumes, entre outros produtos trazidos
da Pérsia, da Índia e da China.
Do
prolongado contato entre os povos nativos de cultura banto e os árabes surgiu o
suaíli, um idioma que passou a ser falado de modo geral na costa oriental
da África.
Por
causa do comércio, surgiram importantes cidades nessa região. Eram controladas
pelos árabes, mas ali também chegavam persas, indianos e até chineses. De fato,
entre 1417 e 1419, as pessoas que viviam na região tiveram a oportunidade de
ver de perto os enormes navios da marinha chinesa comandados pelo almirante Zheng
He (ver texto referente à civilização chinesa neste blog).
A
atividade comercial era a principal ocupação de seus habitantes, destacando-se
as cidades de Melind, Mogadíscio, Mombaça, Zanzibar e, mais ao sul, Sofala (que
hoje pertence a Moçambique). A riqueza dessas localidades impressionou o navegante
português Vasco da Gama, que chegou à região em 1498, a caminho da Índia.
5
Portugueses na costa leste
Na
disputa com os árabes pelo comércio na costa oriental da África, os portugueses
levaram a melhor. Depois de chegarem a Sofala, eles estabeleceram o controle
não só sobre o Reino de Monomotapa, mas também sobre toda a região que se
estendia até o litoral. Essa parte da África era habitada por povos
pertencentes à cultura banto, que viviam da agricultura e dominavam a metalurgia
do ferro. O viajante árabe Al-Massudi, que ali esteve no século X, ficou
impressionado com a qualidade dos produtos de ferro que esses povos produziam e
forneciam para as cidades do litoral.
Os
portugueses dominaram essa região e aí fundaram a colônia de Moçambique, de
onde saiu, nos séculos seguintes, uma parte dos africanos escravizados trazidos
para o Brasil.
6
Civilizações da África ocidental
O
outro lado da África, a África ocidental, é também chamada Sudão
ocidental. É uma região semiárida, que forma uma faixa intermediária
entre o deserto, ao norte, e a região de floresta, ao sul.
Essa
parte da África diferia bastante da costa leste. Era mais densamente povoada e
a população se distribuía por uma variedade maior de povos, convivendo de maneira
muito próxima. Havia uma tradição muito antiga e igualmente forte de vida
urbana e pouca ligação com o mar: suas atividades eram voltadas para o interior.
Por
esse motivo, os rios da região, principalmente o Senegal e o Níger, eram
fundamentais. Eles banhavam uma ampla área de terras. A população vivia do cultivo
e da criação de gado e também das atividades tradicionais: caça, pesca e
coleta. Os artesãos eram responsáveis por uma refinada produção de tecidos, cerâmica,
artigos de couro e de metal (cobre, bronze, ferro e ouro). A produção de
excedentes e a facilidade de transporte por terra ou pelos rios estimularam as
trocas.
Com
isso, o comércio cresceu, favorecido também pela presença de minas de ouro na
região. Surgiram cidades importantes, como Jena, Gaô e Tombouctou, localizadas
nas proximidades do Rio Níger e do deserto do Saara.
A
localização privilegiada fez dessas cidades centros comerciais que estavam em
contato com a África, com o mundo muçulmano e com a Europa. comércio envolvia
produtos de diferentes procedências. Do norte, por exemplo, vinham sal,
tecidos, armas e utensílios de metal. Entre os produtos provenientes do sul
destacavam-se a noz-de-cola, marfim e trabalhadores escravizados. Além desses,
havia ainda os produtos da própria região sudanesa, entre os quais se
destacavam artigos de artesanato, grãos e principalmente ouro. Este, na maior
parte, seguia para a Europa, cada vez mais ávida por metais preciosos, por
causa do crescimento do comércio e das cidades.
A
partir do século IX, com as caravanas provenientes do norte, teve início a influência
muçulmana. A nova religião foi assimilada primeiramente por alguns monarcas,
que obrigaram seus súditos a também segui-la.
7.
Organização social e política
Entre
os povos da África ocidental, a aldeia era a base de toda a organização
da sociedade. Nas aldeias, a população se dividia em clãs, ou seja, em
grandes comunidades ligadas por parentesco.
Cada
clã tinha seu chefe, ou patriarca, que decidia quem poderia utilizar a
terra da aldeia. A terra era trabalhada principalmente pelas mulheres. A força
do patriarca se apoiava no controle dos meios de produção e no acesso ao maior
número de esposas, pois delas dependia a capacidade de formar uma família
numerosa. A poligamia era também símbolo de prestígio. O poder do patriarca
ainda podia ser aumentado pela agregação de parentes e pela incorporação de
escravos, de preferência do sexo feminino, por sua função reprodutora.
Os chefes
dos clãs, por sua vez, subordinavam-se ao chefe da aldeia. A aldeia era
como um Estado em miniatura. Seu chefe era um verdadeiro governante, exercendo o
poder na paz e na guerra. Era o responsável pelo bem-estar de todos e devia
manter a aldeia unida e em harmonia.
Em troca,
tinha direito de receber uma parte do que as pessoas da aldeia produziam. O
chefe da aldeia era uma figura muito poderosa, mas seu poder não era absoluto.
Nas decisões mais importantes, ele tinha de reunir o conselho formado pelos
líderes dos clãs. Frequentemente, grupos de aldeias se uniam e formavam reinos,
cada qual com sua capital e seu rei. Por isso, havia uma quantidade muito
grande de reinos, em geral pequenos. Algumas vezes, um ou outro desses reinos
se destacava e dominava vários outros, formando impérios de grandes dimensões.
É o caso de Gana, do Mali e de Songai, que veremos a seguir.
8.
Grandes Estados da África ocidental: Gana, Mali e Songai
1) Gana
Foi o primeiro império que se formou nessa parte da África, fundado
por volta do ano 300 d.C. Segundo relato do viajante árabe Ibn Batuta, no
século XIV, o nome Gana se originou do título que era dado ao rei que governava
esse Estado. Localizava-se ao norte do país que atualmente tem esse nome, entre
o Deserto do Saara e os rios Senegal e Níger. Sua numerosa população vivia principalmente
da agricultura e da pecuária, mas a riqueza do reino provinha especialmente do comércio
e da produção de ouro. Um viajante árabe que aí esteve no século X referiu-se
ao rei de Gana como “o mais rico do mundo por causa do ouro” (IBN HAWKAL, In: KI-ZERBO,
Joseph. História da África negra. 2. ed. Lisboa: Publicações
Europa-América, 1979. p. 133. v. 1.).
No
século XIII, depois de vários séculos de existência, o poderio de Gana já se
achava enfraquecido, e o reino foi absorvido por um Estado vizinho, o Mali (que
não corresponde ao país que hoje tem esse nome). Sobre esse reino existem
muitas informações históricas graças, em parte, aos relatos de Ibn Batuta.
2)
Mali
Sabe-se
que o fundador do Império Mali foi um guerreiro chamado Sundiata, que reinou
entre 1230 e 1255, aproximadamente. Tinha o título de mansa, que quer
dizer “imperador”. O mais célebre dos imperadores do Mali, entretanto, não foi
ele, mas sim Mansa Moussa, que governou entre 1312 e 1332. Seguidor do islamismo,
fez uma peregrinação a Meca e mandou construir uma grande mesquita na cidade de
Tombouctou. Sua fama de governante rico era conhecida em todo o mundo árabe e
chegou até a Europa.
No
século XV, porém, o poderio de Mali entrou em decadência, e grande parte de seu
território foi absorvida por um forte império, que teve como capital a cidade
de Gaô. Ficou conhecido por Império Songai (o nome de seu povo) e ocupou um
território ainda maior do que os dois anteriores.
3)
Império Songai
O
novo império teve como fundador Mohamed I, que assumiu o poder em 1493 e
governou na época de maior prosperidade do império. Exercia o governo por meio
de uma complexa administração, com departamentos para a agricultura, o exército
e as finanças. Mohamed I era também um muçulmano devoto. Ao assumir o poder
realizou uma peregrinação a Meca e, além disso, fundou escolas religiosas,
construiu mesquitas e abriu sua corte a estudiosos e poetas vindos de diversas
partes do mundo islâmico.
Os
dias de glória de Songai duraram até o final do século XVI. Debilitado por
lutas internas, as forças do império foram facilmente derrotadas pelos
exércitos enviados do norte pelo sultão do Marrocos. Esses exércitos, dotados
de armas de fogo, invadiram e saquearam as grandes cidades de Songai. O império
não resistiu e desapareceu, encerrando a terceira tentativa de construir um grande
Estado no Sudão ocidental.
10. O
grande Reino do Congo
Em
1482, o navegante português Diogo Cão chegou à foz do Rio Congo. Ali, entrou em
contato com um dos Estados africanos mais extensos que havia ao sul do Saara.
Era o Reino do Congo, pertencente à cultura banto, que exercia autoridade sobre
vários pequenos reinos. Nove anos depois, uma comitiva de portugueses foi até a
capital do reino, que ficava a cerca de dez dias de caminhada a partir da
costa. Lá foi recebida festivamente por Mani-Congo, como era chamado o rei
congolês. Da comitiva faziam parte missionários cristãos, carpinteiros e outros
artesãos especializados. No contato com os portugueses, o Mani-Congo e seus familiares
e alguns chefes se converteram ao cristianismo. Um dos convertidos, Nzinga
Mbemba, mais tarde tornou-se rei, com o título de Alfonso I, e governou entre
1507 e 1542.
Adotou
o catolicismo como religião oficial do reino e mudou o nome da capital para São
Salvador.
Mas
o Reino do Congo não durou muito tempo após a morte de Alfonso I. Depois de
guerras internas e ataques externos, dividiu-se em vários pequenos Estados
autônomos.
Enquanto
isso, os portugueses mudaram de atitude: em vez de formar cristãos, eles
começaram a dar maior importância para o comércio de escravos.
Subordinado
ao rei do Congo encontrava-se o Reino de Ngola, nome que os portugueses
adaptaram para Angola, de onde retiraram uma grande parte dos escravos que
traficaram.
11. A
escravização na África antes dos europeus
Na
Antiguidade, a escravização existia entre os egípcios, mesopotâmicos, chineses,
hebreus, gregos, romanos... A África não foi diferente. Entre os povos
africanos, prevalecia uma escravização que
os historiadores chamaram de “familiar”.
Nesse
tipo de escravização, a pessoa que perdia sua liberdade passava a fazer parte
do clã que a recebia. O que ela tinha de fazer? Praticamente as mesmas coisas
que os outros membros do grupo: entre outras, trabalhar no campo, participar
das expedições de caça, defender a cidade e tomar parte nas cerimônias
religiosas. Com o tempo, o escravizado, ou seu descendente, acabava sendo
aceito como membro efetivo da comunidade, tornando-se livre.
Quanto
mais gente fazia parte do clã, maior eram o poder e a influência de seu chefe.
Com escravizados, o clã ficava mais numeroso. Sempre que possível, os chefes
preferiam adquirir escravizados do sexo feminino. É que as mulheres, além de
proporcionar mão de obra, geravam filhos, e com isso o clã crescia ainda mais.
Como
alguém se tornava escravizado? Havia diversas formas. Uma delas era quando uma família
não tinha recursos suficientes para sobreviver, daí vendia um ou mais de seus
membros. Com isso, o grupo obtinha recursos e ao mesmo tempo reduzia o número
de pessoas para alimentar.
Se
alguém tinha dívidas e não pagava podia ser escravizado até que o pagamento
fosse realizado. Nesse caso, o próprio devedor é quem ficava como garantia.
Tornar-se escravizado também podia ser uma forma de punição por delitos
considerados graves na comunidade, como adultério, assassinato etc. Havia
também casos de famílias inteiras que, por falta de recursos, aceitavam a
escravização.
Talvez
o modo mais frequente de adquirir escravos tenha sido a guerra entre os próprios
povos africanos. Em geral, os que caíam prisioneiros durante os combates eram
escravizados.
Muitos
deles eram aproveitados no sistema de escravidão familiar. Outros tinham menos
sorte e eram vendidos para mercadores de escravos.
12. A
chegada dos portugueses, dos holandeses e dos franceses à África
Antes
do século XV, o comércio de escravos nunca havia sido muito grande e não
chegava a provocar impacto significativo na vida dos povos africanos. A
situação começou a mudar drasticamente com a chegada dos portugueses.
Desde
o Tratado de Tordesilhas (1494), celebrado entre os governos de Portugal e
Espanha – com a aprovação do papa –, o litoral africano pertencia aos
portugueses, que dali levavam ouro, marfim e pimenta, entre outros produtos.
Porém, o negócio que mais cresceu foi o comércio de escravos.
Com
a colonização da América, cresceu a procura por mão de obra escrava e, com
isso, o tráfico negreiro tornou-se objeto de intensa disputa. Os
primeiros competidores dos portugueses foram os holandeses. Em 1637, eles
tomaram dos portugueses a fortaleza de São Jorge da Mina e, em seguida,
conquistaram também Angola e outros territórios do litoral africano. Com o fim
da União Ibérica, em 1640, Portugal retomou com força as atividades coloniais e
conseguiu recuperar parte de seus domínios africanos. Na mesma época, a
colonização europeia se expandia em todo o continente americano, fazendo
crescer ainda mais a demanda por escravos. O negócio passou, então, a ser
explorado por traficantes de várias nacionalidades. Os principais eram europeus
(portugueses, franceses, ingleses, dinamarqueses etc.), mas também havia
traficantes que partiam do Brasil e das colônias inglesas da América do Norte.
Até meados
do século XIX, quando o tráfico foi abolido, estima-se que mais de 11 milhões
de africanos escravizados cruzaram o Atlântico com destino ao Novo Mundo. Se
considerarmos que a maioria dos escravizados era constituída de homens e
mulheres jovens, escolhidos entre os mais sadios e robustos, é preciso concluir
que essa “sangria” representou um desastre demográfico para as sociedades
africanas e, certamente, prejudicou o desenvolvimento natural dos povos do
continente africano
13. Islamismo e cristianismo na África
As
duas crenças religiosas predominantes na África hoje são o islamismo e o
cristianismo. O islamismo se difundiu no continente por três pontos. Um
deles foi o norte do continente (da Líbia ao Marrocos, região chamada de Magreb
em árabe). Os portadores dessa cultura religiosa foram populações
islamizadas, particularmente os berberes, que, motivados pelo comércio,
atravessaram o Saara e chegaram à África ocidental.
O
segundo ponto de difusão partiu do Egito, de onde os árabes, seguindo o Nilo,
avançaram para o sul e ocuparam a Núbia (atual Sudão).
O terceiro
caminho coube a marinheiros e comerciantes originários
da Península Arábica. Eles fundaram cidades na costa leste do continente
africano que funcionaram como pontos de difusão do islamismo para o interior. O
terceiro caminho coube a marinheiros e comerciantes originários da Península
Arábica. Eles fundaram cidades na costa leste do continente africano que
funcionaram como pontos de difusão do islamismo para o interior.
O islamismo
se tornou a religião dominante na parte da África acima da linha do Equador. Isso representa cerca de um terço da
população de todo o continente e de um quarto do total de seguidores do
islamismo em todo o mundo.
O
cristianismo, por sua vez, chegou à África desde seu início,
espalhando-se pelo norte do continente e chegando também à atual Etiópia.
Entretanto, a partir do século VII, o cristianismo recuou na África por causa
do avanço do islamismo. Uma nova investida do cristianismo somente teve início
no século XV, quando os portugueses chegaram à África Subsaariana.
A
primeira vitória do cristianismo foi a conversão do rei do Congo. No interior
do continente, entretanto, as populações continuaram com suas crenças
tradicionais até o século XIX, quando teve início o esforço missionário como
parte da ocupação sistemática da África pelos colonizadores europeus. Hoje, o
cristianismo é a crença religiosa dominante na África abaixo da linha do
Equador.
Muitas
comunidades africanas, porém, não se converteram a nenhuma das duas grandes
religiões monoteístas, conservando suas crenças religiosas milenares – chamadas
religiões tradicionais.
Elas
também estão presentes no Brasil por meio do candomblé (a religião dos iorubas
que foi trazida para o Brasil por membros dessa nação) e da umbanda (originada
no Brasil pela mistura de tradições africanas, indígenas e católicas).
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