sábado, 15 de novembro de 2025

 REVOLUÇÃO PURITANA NA INGLATERRA

A queda da monarquia inglesa

Você sabia que a Inglaterra já foi República? Pois bem, é o que vamos ver nesta postagem.
Vamos começar lembrando que na Inglaterra havia uma tradição, iniciada em 1215, com a Magna Carta: esse documento havia estabelecido uma norma segundo a qual o rei não podia introduzir novos impostos sem a aprovação do Parlamento.
No século XVI, durante os reinados de Henrique VIII e de Elizabeth I, a relação entre os monarcas e o Parlamento havia sido relativamente pacífica. Os reis contentavam-se em exercer um “absolutismo de fato”, sem pretender passar por cima da autoridade do Parlamento.
Conflito entre o rei e o Parlamento
A boa relação entre os monarcas e o Parlamento sofreu uma grande mudança a partir de 1603. Nesse ano, morreu a rainha Elizabeth I, deixando vago o trono da Inglaterra. Na ausência de herdeiros diretos – a rainha Elizabeth nunca se casou e não teve filhos –, a coroa foi entregue a seu primo, Jaime Stuart, rei da Escócia.
Tão logo assumiu o trono, Jaime I, como se tornaria conhecido, entrou em rota de colisão com amplos setores da sociedade inglesa. Para começar, quis restaurar o “absolutismo de direito”, invocando a teoria da origem divina dos reis, e iniciou uma perseguição aos puritanos. Eram assim chamados os calvinistas que queriam “purificar” a Igreja Anglicana, eliminando qualquer traço de catolicismo.
Ao mesmo tempo, Jaime I tentou estabelecer novos impostos. Foi o bastante para que sua política provocasse sérias divergências com o Parlamento.
Jaime I morreu em 1625 e foi substituído pelo filho, Carlos I, que continuou com as práticas absolutistas do pai. Tentou impor o anglicanismo em seu próprio país, a Escócia, de maioria calvinista. Para agravar as coisas, dissolveu o Parlamento e restaurou antigos impostos. Todas essas medidas criaram um clima de guerra entre o rei e o Parlamento.
Revolução Puritana
Foi o conflito civil que opôs o rei e o parlamento. Aconteceu porque Carlos I avaliou mal a correlação de forças políticas e se achou forte o bastante para decretar a dissolução do Parlamento. Era o que faltava para as tensões explodirem.
O estopim da explosão aconteceu em em 1640: os calvinistas escoceses invadiram o território inglês, rebelando-se contra a tentativa de Carlos I de impor a religião anglicana naquele país. Para resistir à invasão, o rei precisou de dinheiro e foi obrigado a convocar o Parlamento, que não se reunia há 12 anos. O Parlamento tornou-se então a grande “caixa de ressonância” do ódio acumulado dos puritanos contra os Stuart.
A guerra civil
Em 1642 teve início a guerra civil: de um lado, as forças do rei; de outro, as do Parlamento
O exército do Parlamento era liderado por Oliver Cromwell, um proprietário rural progressista, puritano, e que se destacou por sua personalidade forte e carismática. Cromwell criou um novo modelo para o exército do Parlamento, com comandos baseados no mérito, e não nos títulos de nobreza
Os membros do exército do rei, chamados cavaleiros, eram em sua maioria membros da antiga nobreza católica ou anglicana.
O exército do Parlamento era formado pelos “cabeças redondas", assim chamados porque usavam o cabelo curto. Seus membros eram oriundos da pequena e média nobreza, da burguesia, e reunia por boa parte da população ligada aos ofícios urbanos – em geral, calvinistas.
A ditadura de Cromwell
Em 1648, o rei foi definitivamente derrotado. Preso pelos cabeças redondas, enfrentou um julgamento sumário e foi condenado à morte e decapitado em 1649. Na sequência, os vitoriosos tomaram medidas radicais:
- a monarquia, a Câmara dos Lordes e a Igreja Anglicana foram abolidas.
- foi instaurada a república, sob o comando de Cromwell.
Oliver Cromwell estabeleceu uma ditadura, apoiado no exército. Em 1653, ele ordenou o fechamento do Parlamento e declarou-se Lorde Protetor da Inglaterra, cargo vitalício e hereditário. Entretanto, o novo regime não durou muito. Cromwell morreu em 1658, e dois anos depois o Parlamento restabeleceu a monarquia.

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