AS 95 TESES DE LUTERO
E a divisão da cristandade ocidental
Reforma de Lutero
Martinho Lutero (1483-1546) era um monge agostiniano e professor de teologia alemão. Em 1517, estava ensinando na universidade de Wittenberg, no Sacro Império, quando apareceu por ali um religioso vendendo indulgências, isto é, a absolvição dos pecados.
Naquele tempo, as autoridades da Igreja difundiam a ideia de que a compra de indulgências garantia a salvação dos fiéis.
Embora fosse católico, Lutero era contrário a essa prática. Aproveitando o movimento de fiéis no dia de Todos os Santos, ele afixou na porta da igreja do castelo um texto conhecido como 95 Teses. Sua intenção era questionar o poder e as práticas da Igreja Católica, especialmente a venda de indulgências.
A porta da igreja do castelo era o quadro de avisos normal da universidade.
Seguiu-se enorme polêmica que culminou com a excomunhão do monge pelo papa.
A Reforma Protestante
Lutero recebeu o apoio de um número muito grande de nobres e integrantes da burguesia. Graças a esse apoio, ele pôde enfrentar a reação da Igreja.
Com suas propostas reformistas divulgadas rapidamente, graças à imprensa, por todo o Sacro Império, Lutero conquistava a adesão de parcela cada vez maior da população. Muitos dos príncipes germânicos, convertidos às novas doutrinas, passaram a empreender o confisco de terras da Igreja.
Após alguns anos, as ideias de Lutero levaram os nobres a reivindicar a autonomia religiosa dos principados germânicos em relação a Roma.
Diante dos conflitos que se disseminavam pelo Império, Carlos V, imperador católico, convocou uma assembleia para decidir sobre as propostas de Lutero.
A assembleia declarou que a nova doutrina poderia ser seguida apenas em alguns principados, mantendo-se a hegemonia da Igreja Católica na maior parte do território. Revoltados, nobres e burgueses protestaram violentamente contra essa decisão.
A partir desse acontecimento, os seguidores da Reforma Luterana passaram a ser chamados de protestantes.
O conflito se prolongou até 1555, quando foi celebrada a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe do Império o direito de escolher a religião de seu principado.
Ainda em 1530, auxiliado por Philip Melanchthon, Lutero redigiu a Confissão de Augsburgo, que constituiu a doutrina da Igreja Luterana.
Mas não foi Lutero sozinho, que trouxe a mudança. Muitos outros reformadores – e reformadoras – tiveram participação nas transformações da Igreja e da sociedade. Entre eles estão, por exemplo, João Calvino da França, Ulrico Zuínglio da Suíça. Um papel importante foi desempenhado também pelo citado Filipe Melanchthon.
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