sábado, 15 de novembro de 2025

 9 DE JANEIRO: “O DIA DO FICO”

E seus desdobramentos
É bom não esquecer que nossa Independência foi proclamada por um príncipe português, a quem os brasileiros pediram para ficar no Brasil.
Foi assim: em fins de 1821, quando ficou claro o projeto das Cortes de Lisboa de restabelecer o Brasil como colônia, o chamado Partido Brasileiro se empenhou em manter dom Pedro no Rio de Janeiro. A partir desse momento, até mesmo o radical Gonçalves Ledo abandonou a proposta republicana e passou a defender a independência regida por uma Monarquia Constitucional.
Em dezembro de 1821, o Rio de Janeiro agitou-se com a chegada de novos decretos das Cortes de Lisboa. Entre outras resoluções, as Cortes exigiam o retorno imediato de dom Pedro a Portugal.
A resposta dos patriotas foi organizar uma campanha para coletar assinaturas a favor da permanência do príncipe no Brasil. Era um modo de rejeitar a pressão e de fazer com que o príncipe decidisse ficar.
No dia 9 de janeiro de 1822, Clemente Pereira, presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, entregou a dom Pedro o abaixo-assinado com cerca de 10 mil assinaturas.
Nesse mesmo dia, o príncipe anunciou sua decisão a uma comissão liderada por Clemente Pereira: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo que fico”. Desde então o 9 de janeiro ficou conhecido como o "Dia do Fico".
A partir desse momento, dom Pedro, decidido a ficar no Brasil, entrou em rota de colisão com o governo de Lisboa, e a Independência era, agora, apenas uma questão de tempo.
Logo após o Fico, dom Pedro demitiu os ministros nomeados por seu pai e criou o primeiro ministério integrado só por brasileiros. Entre eles, estavam dois Andradas: José Bonifácio, no Ministério do Reino e Estrangeiros, e seu irmão Martim Francisco, no Ministério da Fazenda.
Concluindo: mesmo sem dom Pedro, o Brasil ficaria independente, porque a independência viria mais cedo ou mais tarde. Mas é impossível imaginar como teria sido. Certamente não seria uma Monarquia e provavelmente o Brasil não teria se mantido unido.

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