HISTÓRIA DA CHINA NO SEC. XX
Da queda da monarquia ao comunismo
A China é uma das civilizações mais antigas e contínuas do mundo. Ao longo de 4 mil anos, surgiram e desapareceram várias dinastias. A China desenvolveu tecnologias, filosofia e estruturas sociais que moldaram seu destino. No século XIX, enfraquecida, a China foi forçada a ceder territórios e direitos comerciais às potências imperialistas, como Grã-Bretanha, França, Rússia e Japão
1. Proclamação da República
Em 1911, a milenar monarquia chinesa chegou ao fim. A última dinastia foi derrubada por uma revolução popular que levou ao poder Sun Yat-sen, frequentemente chamado de "Pai da Nação".
Entretanto, ele permaneceu pouco tempo no poder, e teve de deixar o governo. O poder de fato continuava a ser exercido pelos chefes provinciais, que governavam como soberanos independentes.
Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista da China (Kuomintang). Era um partido republicano, cuja ideologia baseava-se nos "Três Princípios do Povo": nacionalismo, democracia e bem-estar do povo. Em 1917, Sun Yat-sen retornou ao poder.
Nesse mesmo ano, a China entrou na Primeira Guerra Mundial, a favor dos Aliados. A expectativa dos chineses era que, após a vitória Aliada, a China se livrasse da dominação estrangeira, mas isso não aconteceu. Os chineses se sentiram traídos.
O descontentamento fez com que surgisse, em 1919, o Movimento Quatro de Maio, promovido por estudantes e intelectuais contra os tratados de paz assinados em Paris. O episódio marcou o início de uma revolução nacionalista, com amplo apoio popular.
O presidente Sun Yat-sen tomou medidas decisivas: estabeleceu sólida aliança com os comunistas e celebrou acordos com a URSS, dando início, com a ajuda de Moscou, a uma vitoriosa campanha contra os chefes provinciais, considerados um obstáculo à construção de um Estado nacional chinês.
O rumo da política chinesa, porém, deu uma virada após a morte de Sun Yat-sen, em 1925. Seu substituto, Chang Kai-chek, tinha outra mentalidade. Ele decretou a ilegalidade do Partido Comunista e reprimiu com violência as organizações operárias. Nessa época, os comunistas foram duramente perseguidos nas cidades e se transferiram para o campo.
2. A “Longa Marcha”
Distantes do foco da repressão política, receberam o apoio de camponeses e militares contrários ao regime. Sob a liderança de Mao Tse-tung, esse grupo constituiu o Exército Vermelho.
Mas, em 1934, para escapar dos constantes ataques que sofriam das forças de Chang Kai-chek, 100 mil seguidores Mao Tse-tung abandonaram a região e iniciaram uma jornada de 12 mil quilômetros, que passaria à história como a Longa Marcha. Primeiro, eles foram para o oeste e, em seguida, tomaram a direção norte, onde pretendiam estabelecer uma nova base revolucionária. A Marcha consolidou a liderança de Mao Tse-tung.
3. A invasão japonesa
Um fato, entretanto, seria determinante para a mudança do cenário político na China: a invasão do país pelo Japão, que nessa época havia se convertido num país imperialista.
Os comunistas chineses logo perceberam que era grande a oportunidade de converter a luta contra o invasor em uma luta pela revolucionária, com a ajuda sobretudo da população camponesa.
Apesar de suas diferenças, os comunistas e Chang Kai-chek se uniram e concordaram em lutar contra os japoneses que haviam invadido o país em 1937. Após a expulsão dos japoneses, em 1945, a China voltou a ficar politicamente dividida: de um lado os adeptos do Partido Comunista Chinês (PCCh), liderado por Mao Tse-tung, e de outro o governo, dirigido por Chang Kai-chek.
4. A guerra civil (1946-1949)
Chang Kai-chek contava com a ajuda econômica e militar dos EUA, mas, mesmo assim, não conseguia evitar os problemas em sua administração. Dominado pela corrupção, pela violência interna e pelos altos índices de inflação, o governo chinês se tornou cada vez mais impopular.
Os problemas internos facilitavam a luta pelo controle do país por parte dos comunistas. Estes estavam organizados no Exército de Libertação Nacional (ELP), e conclamavam a população para derrubar o governo.
Bem comandadas e disciplinadas, armadas com o equipamento bélico tomado dos japoneses e do próprio exército do governo, as tropas comunistas empreenderam grandes operações, apesar de lutar contra um exército que as superava em número e em armamentos.
5. Surgimento da China comunista
Em junho de 1949, os comunistas já haviam conseguido reunir um exército de três milhões de soldados. Avançando rapidamente do norte para o sul, conquistaram sucessivamente Pequim, Nanquim, Xangai, Cantão e finalmente Pequim. Em outubro, os comunistas proclamaram a República Popular da China.
Chang Kai-chek fugiu para a ilha de Taiwan, e constituiu um governo independente sob a proteção dos EUA.
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