domingo, 15 de novembro de 2015

DESENVOLVIMENTO COMBINADO DA TÉCNICA E DA CIÊNCIA

A partir dos finais da Idade Média, a civilização europeia conheceu muitas transformações. Lentas, no princípio, elas se aceleraram com o passar do tempo, constituindo uma espécie de espiral em que, a cada volta, ampliava-se um pouco mais o leque das mudanças. Um aspecto desse processo era o progresso constante das técnicas e sua gradativa interação com a ciência.

Essa combinação de técnica e ciência pode ser bem ilustrada pelo que ocorria na construção de edifícios. Na Idade Média, a construção se fazia sem cálculos preliminares: construía-se primeiramente uma armação de madeira, e sobre ela se apoiava a construção de pedras. No século XV, ocorre uma mudança importante, de que é um exemplo significativo a construção da cúpula da igreja Santa Maria del Fiore, catedral de Florença. 


Cúpula da igreja Santa Maria del Fiore, catedral de Florença. 


A construção dessa igreja havia começado em 1296, sem um plano mais detalhado da obra, como era comum na época. Cem anos depois, quando as paredes estavam prontas, surgiu o problema da cúpula. Erguer uma armação de madeira, como se fazia até então, era uma empresa excessivamente dispendiosa para as finanças da cidade, que atravessava uma crise naqueles anos. Por isso, foi necessário buscar uma solução mais simples e mais econômica. Até um concurso entre arquitetos se realizou em 1401. 

Algumas décadas depois, finalmente, a obra pôde ser concluída, graças ao emprego da matemática na formulação do cálculo teórico e prévio, realizada pelo arquiteto florentino Felippo Brunelleschi (1377-1446). Era uma solução que rompia de uma vez com os sistemas precedentes e inaugurava uma nova maneira que os europeu adotaram de fazer as coisas. Isso estava de bem de acordo com o individualismo inaugurado pelo Renascimento, e que seria, desde então, uma característica da sociedade que prevaleceu no mundo ocidental. 


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