COMO SURGIU A
ERA MAUÁ
Nos fundos da Baia
da Guanabara, havia um porto que se chamava Mauá.
Exatamente ali, no dia 30 de abril de 1854, realizou-se uma importante cerimônia,
à qual compareceram as maiores autoridades do país, inclusive Dom Pedro II e a
imperatriz Tereza Cristina. Inaugurava-se naquela oportunidade a primeira
ferrovia do Brasil, um empreendimento do empresário Irineu Evangelista de Souza.
Durante as festividades, o ministro do Império, visconde do Bom Retiro, convidou Irineu Evangelista de Souza a ir beijar a mão do imperador, que acabava de conceder-lhe o título de Barão de Mauá. O nome Mauá havia sido uma escolha do próprio imperador.
Durante as festividades, o ministro do Império, visconde do Bom Retiro, convidou Irineu Evangelista de Souza a ir beijar a mão do imperador, que acabava de conceder-lhe o título de Barão de Mauá. O nome Mauá havia sido uma escolha do próprio imperador.
Irineu Evagelista de Souza, Barão de Mauá |
Assim nasceu um dos títulos de nobreza mais conhecidos do Império e que acabou por designar todo um período da história do Brasil – A Era Mauá.
Rigorosamente falando, a Era Mauá durou por um curto período
de apenas dez anos - de 1850 a 1860. 1850 foi o ano em que foi promulgada a Lei
Eusébio de Queiroz, que acabou definitivamente com o tráfico de escravos, e
1860, a data em que entrou em vigor uma nova lei que reduzia as tarifas
alfandegárias e acabava com protecionismo alfandegário, instituído 16 anos
antes. (Protecionismo alfandegário é o
resultado da elevação das tarifas (taxas, impostos) que incidem sobre os
produtos importados. Com isso, os produtos importados ficam mais caros,
induzindo os consumidores a preferirem os produtos nacionais que se tornam
relativamente mais baratos.)
Com efeito, foi nesse período que se deu o apogeu do Barão de
Mauá, quando ele, tendo se tornado uma potência financeira, tomou parte em
praticamente todas as iniciativas empresariais ocorridas no país.
Apesar de sua breve duração, foi um período de importantes
mudanças na vida do país. “(...) é nesta época que o Brasil tomará pela
primeira vez conhecimento do que fosse o progresso moderno e uma certa riqueza
e bem-estar material”, como bem escreveu o historiador Caio Prado Júnior no
livro História econômica do Brasil (São
Paulo, Brasiliense, 1982, p. 168).
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