UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
Até meados do século XIX, a Alemanha estava desmembrada em nada menos que 39 Estados. Eles eram politicamente autônomos e estavam reunidos numa entidade chamada Confederação Germânica. Desses Estados, os mais fortes eram a Prússia e a Áustria, governados por dinastias rivais. O rei da Prússia era da família Hohenzollern; o imperador da Áustria era um Habsburgo. Mas havia, por parte dos povos de língua alemã, um desejo muito grande para que vivessem num país unificado. A tentativa de alcançar esse objetivo no meio das revoluções de 1848 tinham fracassado.
Como era a Alemanha antes da unificação
A Áustria não fazia parte do acordo de livre-comércio, o que dificultava sua liderança no movimento unificador.
A Prússia era governada pelo rei Guilherme I. Como ocorreu na Itália, quem dirigiu o movimento pela unificação não foi o rei, e sim o primeiro-ministro, Otto von Bismarck. Para ele, a unificação da Alemanha passava pela exclusão da Áustria da Confederação Germânica. A Áustria, rival da Prússia, tinha grande influência sobre os demais Estados da Confederação. Por isso, o Estado austríaco era um grande obstáculo ao objetivo de Bismarck de unificar a Alemanha sob a direção da Prússia.
Para obter a saída da Áustria da Confederação, Bismarck decidiu recorrer à guerra. Com esse objetivo, procurou fortalecer o exército prussiano e mandou construir uma extensa rede ferroviária, que permitisse o rápido deslocamento das tropas de uma parte a outra do território. No plano externo, pôs em prática uma habilidosa diplomacia em busca do apoio de outras nações.
Bismarck, o arquiteto da unificação
Otto von Bismarck |
A guerra contra a Áustria era desejada por Bismarck, pois este achava que derrotando esse país, ele poderia colocar a Confederação Germânica sob a liderança da Prússia. Para garantir o sucesso do empreendimento, Bismarck obteve a neutralidade da França e estabeleceu uma aliança com o Reino da Itália. Na guerra que se seguiu, a Áustria foi facilmente derrotada, pois teve de lutar em duas frentes: ao sul, contra a Itália, e ao norte contra os prussianos.
Em seguida à vitória, Bismarck organizou a Confederação Germânica do Norte, que reunia a maior parte dos Estados germânicos, sob a liderança da Prússia. Dessa forma, para completar-se a unificação da Alemanha ficava, pois, faltando os Estados do Sul.
A terceira guerra do processo de unificação foi contra a França. Pelos cálculos de Bismarck, uma guerra contra esse país fatalmente provocaria o nacionalismo dos alemães, e levaria os Estados do Sul a se juntarem à Confederação Germânica do Norte. No momento oportuno, Bismarck provocou um incidente diplomático que levou Napoleão III a sentir-se ofendido e a tomar a iniciativa do conflito.
Mais uma vez, os resultados saíram de acordo com os planos de Bismarck. Com o apoio dos alemães do Sul, o exército prussiano venceu os franceses, fazendo prisioneiro o próprio imperador Napoleão III, em 1º de setembro de 1870.
Mais uma vez, os resultados saíram de acordo com os planos de Bismarck. Com o apoio dos alemães do Sul, o exército prussiano venceu os franceses, fazendo prisioneiro o próprio imperador Napoleão III, em 1º de setembro de 1870.
Um império foi destruído; outro foi criado
Com a vitória dos alemães, o governo francês foi obrigado a aceitar um acordo de paz, pelo qual teve de pagar uma grande soma em dinheiro e entregar à Alemanha as províncias da Alsácia e da Lorena. Muitos franceses não concordaram que o governo francês aceitasse tais condições. Entre eles, estavam os revolucionários que participaram da Comuna de Paris.
A Guerra Franco-Prussiana destruiu um império (França) e criou outro (Alemanha). No dia 18 de janeiro de 1871, o rei da Prússia recebeu o título de kaiser (imperador) da Alemanha. Estavfundado o Império alemão. Este seria o II Reich ( o I Reich havia sido extinto em 1808, depois de ter durado quase mil anos).
A unificação da Alemanha alterou o equilíbrio de poder na Europa
Graças à unificação, a industrialização se acelerou na Alemanha. A unificação política ampliou e reforçou a integração do mercado interno. Com um mercado consumidor maior, houve grande estímulo à produção de artigos manufaturados. A economia alemã deu um grande salto, o que aumentava a arrecadação de impostos e taxas pelo Estado.
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