ESSAS
CRIATURAS ESTÃO POR TODA PARTE, COMO OS RATOS E AS BARATAS.
De fato, existem políticos que
têm a incrível capacidade de se manter no poder qualquer que seja o governo. Me
lembro de dois casos bem notórios, um no Brasil e outro na França.
Na pátria amada, esse é o caso de
Romero Jucá, que teve seu primeiro cargo importante como presidente da FUNAI,
nomeado em 1986. Deixou o cargo sob acusações de corrupção, mas ainda assim
permaneceu ativo na política. No governo de José Sarney, foi nomeado para o
cargo de governador do Território Federal de Roraima. Em 1994, elegeu-se
senador pelo novo Estado, e chegou a ocupar a vice liderança do governo do
então presidente FHC.
Em 2002, reelegeu-se senador na
mesma eleição em que Lula se elegeu presidente da República. No governo do
ex-metalúrgico, Romero Jucá se tornou ministro da Previdência, cargo que teve
de deixar poucos dias depois, sob denúncia de corrupção. Apesar disso, foi
líder do governo Lula no senado, função que também exerceu na gestão de Dilma
Roussef. Em 2010, foi reeleito senador por seu Estado de adoção, Roraima (embora
seja pernambucano).
Em 2016, no governo interino de Michel Michel Temer, ocupou o Ministro do
Planejamento. Mas ficou no cargo por pouco tempo, tendo sido exonerado após
vazamento de áudios pouco republicanos, e reassumiu o mandato de senador.No
momento, mesmo sendo citado nas operações Lava-Jato e Zelotes, tornou-se
ministro do Planejamento e é o homem-forte do governo de Michel Temer.
...
A trajetória desse cidadão lembra
a de um bispo francês chamado Talleyrand, que participou de todos os governos
da França, a partir de 1780. Nesse ano, foi nomeado Agente Geral do Clero junto ao governo da França,
ainda no tempo da monarquia dos Bourbons.
Quando explodiu a grande
Revolução de 1789, Talleiyrand se exilou nos EUA. Retornou oito anos depois, e
foi nomeado ministro
das Relações Exteriores do próprio governo revolucionário!
A Revolução acabou em 1789,
quando Napoleão assumiu o poder. O bispo Talleyrand se manteve – pasmem-se! -
ministro das Relações Exteriores da França do governo napoleônico.
Após a primeira queda de Napoleão,
em 1814, a monarquia dos Bourbons voltou o poder na pessoa de Luis XVIII, e
mais uma vez Talleyrand estava lá no cargo de ministro das Relações Exteriores.
Coisa incrível!
Em 1830, ocorreu
uma nova revolução na França e o novo rei, Luís Filipe de Orleans, nomeou Talleyrand embaixador na Inglaterra. Não sei se pesaram contra ele denúncias
de corrupção (como é o caso de Romero Jucá), mas o fato é que o bispo se
manteve no poder (ou em volta do poder) por mais de 50 anos. Faleceu em Paris,
em 1838, aos 84 anos.
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