BOMBA ATÕMICA E O HOLOCAUSTO
O recursos de uma “guerra total”
Na Segunda Guerra Mundial não bastava
derrotar militarmente o inimigo e submetê-lo a um acordo de paz. Era necessária
uma rendição incondicional e uma submissão total. Esta foi uma das
características da maior carnificina da
História.
A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra total no sentido lato da palavra. A política nazista de destruição dos judeus (a “solução final”) contava com sofisticada organização de busca, seleção, transporte, concentração e assassinato nos campos de extermínio (o chamado Holocausto), para onde também foram enviados ciganos, oposicionistas e até prisioneiros de guerra. Já em 1945, os americanos jogaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, ameaçando o mundo com nova tecnologia de morte em massa. Essa foi a guerra total no último conflito mundial. Daí a mobilização de recursos simplesmente fabulosos.
Cogumelo formado pela explosão da bomba atômica. |
A imensa capacidade industrial dos
Estados Unidos, considerado “o arsenal da democracia”, foi percebida pelo
almirante Yamamoto, o mais importante estrategista naval do Japão. Ele conhecia
bem os Estados Unidos e disse, logo depois do ataque a Pearl Harbor: “Podemos
crescer sem freios por seis meses a um ano, mas, depois disso, os poços de
petróleo do Texas e as fábricas de Detroit darão os meios para uma
contraofensiva irresistível dos americanos no Pacífico”.
A devastação causada pela bomba atômica em Hiroshima. |
[...]
A Segunda Guerra
Mundial teve como característica determinante o fato de que os países em
conflito visavam pretensões ilimitadas. Em outras palavras, tinham como
objetivo a submissão absoluta do adversário. Se na Primeira Guerra Mundial o
objetivo das nações em combate era a derrota do inimigo no campo de batalha e a
imposição de paz, isso não era exatamente válido para a Segunda Guerra Mundial.
Mortos em campo de concentração nazista. |
A Alemanha de
Hitler, por exemplo, pretendia dominar a Europa e transformar os países do
Ocidente em estados vassalos. O plano nazista para o lado oriental era reduzir
a União Soviética à condição de colônia e transformar sua população em
serviçais dos “senhores” germânicos. Do lado dos Aliados, isto é, da
Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética, os objetivos não eram limitados:
só a rendição incondicional é que valeria. Não se aceitaria uma paz negociada,
não haveria condições. O inimigo seria combatido até a última bala.
[...]
Esse esforço de
guerra exigiu o máximo de criatividade no sentido de aumentar a eficiência
produtiva. Por isso os métodos de produção e engenharia mecânica tiveram notáveis
avanços, que foram úteis depois para os tempos de paz. Ganhou a guerra quem
venceu a batalha da produção.
Tota, Pedro. Segunda Guerra Mundial. In: Magnoli, Demétrio (Org.).
História das guerras. São Paulo: Contexto, 2008. p. 356.
Mesmo analisando todos os fatos que levaram a este cenário, é difícil compreender como tamanha barbárie foi permitida em ambos lados!
ResponderExcluirHoje sentimos (sinto) uma enorme desconexão entre a população e a política, mas quando leio sobre a segunda grande guerra, me parece que esta desconexão era maior ainda!
Há toda aquela justificativa dos medos gerados pela primeira grande guerra, mas mesmo assim me pergunto, como fizemos o que fizemos?