sábado, 16 de dezembro de 2017

O CIRCO ROMANO


“A  mais  difundida  das  paixões populares, as lutas de gladiadores, teve sua origem em um costume religioso. Os etruscos, um povo que vivia no norte de Roma e que ocupou quase toda a Itália nos séculos VII a V a.C., introduziram o costume de sacrificar prisioneiros de guerras nos funerais dos seus próprios guerreiros – prisioneiros inimigos – até a morte servia como uma espécie de sacrifício aos deuses em honra aos soldados vencedores que haviam perecido [...].

Com o passar do tempo, a luta passou à arena e adquiriu outras conotações religiosas. A morte dos gladiadores passou a representar a supremacia dos vivos, os espectadores, que, mesmo sendo muito ou escravos, podiam beneficiar-se do sacrifício humano. [...].

Tal caráter mágico da luta de gladiadores não significa porém que não houvesse nela um lado de diversão e que não fosse utilizada pelos governantes para dominar a grande massa. Mas como era uma luta de gladiadores?


Em um anfiteatro, dois lutadores por vez, armados de capacetes, lanças, escudos, espadas, redes e garfos, pelejavam até que um deles caísse ao solo e ficasse em posição de ser morto pelo adversário. 

Nesse momento, o público devia manifestar-se, levantando ou abaixando os polegares, para decidir se o perdedor devia ser morto ou poupado para as lutas futuras. Caso houvesse lutado bravamente seria preservado. Caso contrário, era morto e retirado por Carum. [...]

As lutas faziam parte, portanto, de um conjunto de festas religiosas financiadas pelos políticos. Por que eram tão populares? [...].

A explicação para a popularidade das lutas encontra-se na associação entre religiosidade e manutenção da ordem social que esses espetáculos encerravam. O sacrifício humano a deuses específicos em festas cívicas patrocinadas pelas autoridades representava uma maneira de escravos e pobres superarem as mazelas e os sofrimentos do seu dia a dia. [...]

Isso demonstra bem como os jogos de gladiadores cumpriam um papel fundamental de manutenção da ordem social, e seu abandono só ocorreria com a sua substituição por algo que mantivesse, os menos no plano das ideias, a noção de sacrifício pela comunidade.“ FUNARI, Pedro Paulo A. Roma: vida pública e vida privada. São Paulo: Atual, 1993. p. 40-43. (História Geral em Documentos).
Dia a Dia na História
Vista exterior do Panteão romano, edifício circular construído no século I da Era

Cristã. Foto de 2014.

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