DESENVOLVIMENTO COMBINADO DA TÉCNICA E DA CIÊNCIA
A
partir dos finais da Idade Média, a civilização europeia conheceu muitas
transformações. Lentas, no princípio, elas se aceleraram com o passar do tempo,
constituindo uma espécie de espiral em que, a cada volta, ampliava-se um pouco
mais o leque das mudanças. Um aspecto desse processo era o progresso constante
das técnicas e sua gradativa interação com a ciência.
Essa
combinação de técnica e ciência pode ser bem ilustrada pelo que ocorria na
construção de edifícios. Na Idade Média, a construção se fazia sem cálculos
preliminares: construía-se primeiramente uma armação de madeira, e sobre ela se
apoiava a construção de pedras. No século XV, ocorre uma mudança importante, de
que é um exemplo significativo a construção da cúpula da igreja Santa
Maria del Fiore, catedral de Florença.
Cúpula da igreja Santa Maria del Fiore, catedral de Florença.
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A
construção dessa igreja havia começado em 1296, sem um plano mais detalhado da
obra, como era comum na época. Cem anos depois, quando as paredes estavam
prontas, surgiu o problema da cúpula. Erguer uma armação de madeira, como se
fazia até então, era uma empresa excessivamente dispendiosa para as finanças da
cidade, que atravessava uma crise naqueles anos. Por isso, foi necessário
buscar uma solução mais simples e mais econômica. Até um concurso entre
arquitetos se realizou em 1401.
Algumas
décadas depois, finalmente, a obra pôde ser concluída, graças ao emprego da
matemática na formulação do cálculo teórico e prévio, realizada pelo arquiteto
florentino Felippo Brunelleschi (1377-1446). Era uma solução que rompia de uma
vez com os sistemas precedentes e inaugurava uma nova maneira que os europeu
adotaram de fazer as coisas. Isso estava de bem de acordo com o individualismo
inaugurado pelo Renascimento, e que seria, desde então, uma característica da
sociedade que prevaleceu no mundo ocidental.
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