quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CONFLITOS  SOCIAIS  NA  REPÚBLICA  VELHA



O Brasil atravessava, no final do século XIX, um período de mudanças facilmente visíveis, tais como imigração, fim da escravatura, ferrovias, urbanização, fábricas, etc. Mudanças, sem dúvida, progressistas, pois não se pode negar que promoviam um processo de modernização do país. Mas nem por isso acarretavam benefícios imediatos para todos. Pelo contrário.

De modo geral, podemos considerar que a massa da população, que habitava o imenso interior do país, não sentiu sua vida melhorar. Continuava imersa no atraso cultural e submetida à lei dos latifundiários, sofrendo todo tipo de exploração e de humilhação. Nesse universo, ademais, incluíam-se aqueles que eram prejudicados pelas mudanças, ou que as percebiam como uma ameaça ao seu modo tradicional de vida.[1]  Havia poucas formas de reagir a essa realidade. No período da República Velha, duas formas muito frequentes foram o cangaço e o misticismo religioso.

1. A GUERRA DE CANUDOS

Vamos iniciar pela Guerra de Canudos, o mais importante conflito ocorrido durante a República Velha, tanto por seu conteúdo social  como pelas proporções de tragédia que o conflito assumiu.

Canudos era um lugarejo perdido nos confins do sertão baiano, onde milhares de sertanejos haviam se concentrado em torno de um pregador religioso, Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado Conselheiro. Antônio Vicente havia nascido em 1830, no Ceará. Era o filho mais velho de uma família que poderia ser classificada (na linguagem de hoje) de classe média. Mas o ambiente doméstico não era nada saudável, em virtude das bebedeiras do pai e das brigas do casal. Para piorar, a mãe morreu quanto ele tinha apenas seis anos.

O pai queria que ele se tornasse padre, e Antônio Vicente chegou a frequentar a escola por algum tempo. Aos vinte e cinco anos, com a morte do pai, assumiu os negócios paternos, comprometidos por dívidas. Casou-se em 1857, mas a mulher o abandonou três anos depois. Por essa época, Antônio Vicente dedicava-se a diferentes ocupações, sem se fixar em nenhuma. Mudava-se com frequência. Em certos momentos ele desaparece dos registros, e nada se sabe de sua vida. Por volta de 1873, ele já havia se tornado um beato, nome que o povo dava às pessoas que se consagravam às orações e a uma vida de penitências. Durante algum tempo, acompanhou o padre Ibiapina, cearense como ele e renomado pregador religioso. Ibiapina, além de moralista extremado, dedicava-se a fundar casas de caridade para meninas abandonadas e órfãs.

1.1. Aparece o Conselheiro

Do Ceará, Antônio Vicente transferiu-se para Pernambuco e Sergipe, onde aparece levando uma vida de penitente e sobrevivendo das esmolas dos piedosos. Em 1874, vamos encontrá-lo no interior da Bahia, deslocando-se de cidade em cidade, acompanhando de um punhado de seguidores. Já era então conhecido por Antônio Conselheiro. Aonde chegava, uma pequena multidão se reunia para ouvir suas pregações. Algumas vezes, os padres permitiam que ele falasse do púlpito das igrejas (em 1882, essa prática foi proibida pelo arcebispo da Bahia). Rotineiramente, ele e seus seguidores dedicavam-se a obras de conservação de cemitérios e igrejas, o que era bem visto pela população. 

Em 1876, ele foi preso e mandado para o Ceará, sob a acusação de que havia matado a mãe e a esposa. Absolvido, ele retornou ao sertão baiano para se reencontrar com seus seguidores e continuar com suas pregações messiânicas. A sua volta coincidiu com a grande seca de 1877-1879, que vinha aumentar, ainda mais, os infortúnios da população sertaneja.

A fama do Conselheiro crescia com o tempo, crescendo também o número de seus seguidores. Ás vezes, ele falava para plateias de duas a três mil pessoas, que o ouviam com toda a atenção. Em geral, seus temas versavam sobre religião e moralidade, acrescentando uma ou outra profecia. Depois da Proclamação da República, ele passou a incluir em suas pregações críticas ao novo regime, que havia ousado tirar o imperador do poder. Ele criticava particularmente as mudanças religiosas, como a introdução do casamento civil, por exemplo. Essa crítica, aliás, era compartilhada por muitos católicos, além do Conselheiro.

1.2. A fundação de Canudos

Em 1893, ele teve um primeiro confronto com as autoridades, ao queimar editais de cobrança de imposto. Por ordem do juiz local, um pequeno contingente de policiais apareceu atirando nos homens do Conselheiro. Este estão resolveu se retirar com sua gente para uma fazenda abandonada, estabelecendo-se em Canudos, num local de difícil acesso, escondido no meio de montanhas.

A população do arraial de Canudos (ou Belo Monte, como às vezes era denominada) cresceu sem parar. Consta que em 1894 já tinha 16 mil moradores, pessoas que largaram tudo para trás para ir viver no arraial fundado pelo Conselheiro. Quem eram essas pessoas? “Os que optaram por viver na austera comunidade do Conselheiro”, escreve R. M. Levine, “estavam motivados pela aceleração do processo de mudanças desestabilizadoras que atingia o sertão e pela dureza de suas vidas”.[2]

1.3. A vida em Canudos

Em Canudos, todos encontravam abrigo e trabalho, dedicando-se à agricultura e à criação de bois, ovelhas e cabras. O comércio de couros proporcionava recursos para o pagamento das compras feitas nos municípios vizinhos.
Os que chegavam podiam erguer sua casinha de taipa*. Não havia lugar para ladrões ou prostitutas, e a bebida alcoólica era proibida. Uma guarda armada, chefiada por João Abade, mantinha a ordem. Antônio Villanova era o administrador do patrimônio. E Antônio Beatinho comandava as práticas religiosas. Periodicamente, o padre de uma paróquia vizinha visitava Canudos para rezar missa e fazer casamentos e batizados (serviços que o Conselheiro não podia realizar por não ser padre).
Canudos funcionava regularmente, constituindo um mundo à parte. E acabou assustando, por motivos diferentes, os fazendeiros da região, a Igreja e os governantes. Os fazendeiros, porque perdiam a mão-de-obra barata. A Igreja, porque passava a ter um concorrente (embora o Conselheiro fosse católico, ele não estava sob o controle do clero). Para os governantes, porque Canudos foi apontado como um reduto de monarquistas, que pretendia restaurar o antigo regime no país.
Efetivamente, o povoado de Canudos foi definido, em um relatório encomendado pelo arcebispo da Bahia, como sendo um ‘estado dentro do Estado*’. “...ali não são aceitas as leis, não são reconhecidas as autoridades, não é admitido à circulação o próprio dinheiro da República”.[3] Esse relatório teve grande repercussão junto às autoridades de Salvador e do Rio de Janeiro.

1.4. A destruição de Canudos

Nem é preciso dizer que Canudos foi visto como uma ameaça, “mesmo não sendo verdadeiramente nenhuma ameaça”, escreve R. M. Levine. “Até o momento em que a comunidade foi atacada pelos soldados e ficou fadada à destruição, ela coexistiu pacificamente com os seus vizinhos”.[4]
As autoridades, porém, entenderam que Canudos precisava ser destruída. Mas sua destruição, diante da feroz resistência oferecida pelos “fanáticos”, exigiu o envio de quatro expedições militares. As lutas começaram em outubro de 1896, e prosseguiram, com intervalos, durante um ano inteiro. A última expedição, iniciada em junho, mobilizou recursos de todo o Exército brasileiro. A destruição foi total. Após o ataque final, os soldados puseram fogo nas 5200 casas do povoado. O conselheiro havia morrido poucos dias antes da queda de Canudos. Ele foi desenterrado, decapitado e sua cabeça foi enviada, para estudos, para a Faculdade de Medicina de Salvador.
A Guerra de Canudos, como ficou conhecida a luta contra o Conselheiro e sua gente, foi uma tragédia de grandes proporções pelo enorme número de vidas que sacrificou. Tornou-se bastante conhecida por ter sido tema de um clássico da literatura nacional, Os Sertões. Seu autor, Euclides da Cunha, como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, acompanhara a última expedição militar. Mais recentemente, foi tema do livro A Guerra do Fim do Mundo, de MárioVargas Llosa, publicado no Brasil, em 1982, e do belo filme Guerra de Canudos, de Sérgio Rezende, lançado em 1996.

2. A REVOLTA DA VACINA

O cenário desta revolta foi a própria capital federal e suas causas estão ligadas ao trabalho de modernização, limpeza e embelezamento da cidade, realizada sob a administração do prefeito Pereira Passos, nomeado pelo presidente Rodrigues Alves (1902-1906).

2.1. A modernização e o saneamento do Rio de Janeiro

Para a realização das obras, centenas de velhas construções tiveram de ser demolidas. O problema era que os prédios derrubados serviam de habitação (os famosos “cortiços”) para milhares de famílias de trabalhadores. Em consequência, os aluguéis ficaram mais caros. Os pobres tiveram que encontrar novas moradias em locais distantes. O programa de reconstrução da cidade foi definido como “o Rio civilizando-se”. Entretanto, as melhorias concentraram-se apenas no centro da cidade, e nada foi feito para melhorar as condições de vida daqueles que viviam nas favelas que já se espalhavam pelos morros do Rio de Janeiro.[5]
As obras de modernização da capital federal foram acompanhadas de um trabalho de saneamento. A intenção era eliminar as doenças que infestavam o Rio de Janeiro (e outras cidades brasileiras). O problema era tão grave que, com frequência, navios estrangeiros se recusarem a aportar no Brasil. As principais doenças eram a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.
O trabalho de saneamento do Rio de Janeiro foi entregue a Osvaldo Cruz, nomeado Diretor da Saúde Pública. No início de 1903, Osvaldo Cruz conseguiu aprovar um plano de combate ao mosquito transmissor da febre amarela. Os funcionários da saúde, investidos de toda autoridade, acabaram cometendo arbitrariedades. Isso gerava descontentamentos e dava argumentos aos que eram contra os métodos empregados.

2.2. A revolta popular

E quando o governo anunciou a vacina obrigatória contra a varíola as tensões acumuladas fizeram explodir uma revolta popular no Rio de Janeiro.
Ela começou no dia 10 de novembro de 1904, no momento em que foi regulamentada a lei que tornava “obrigatória em toda a República a vacinação e a revacinação contra a varíola”. A população, desinformada, já descontente com uma série de problemas (desemprego, carestia), e insuflada pela oposição, não aceitou a vacinação obrigatória. E se revoltou. Durante seis dias, o povo transformou a capital num campo de batalha. E a oposição - tanto civil como militar - aproveitou a confusão para tentar um golpe contra Rodrigues Alves e tomar o poder. Mas o presidente, aconselhado a fugir, manteve-se firme no palácio. Derrotou os revoltosos e levou adiante seu governo.
Apesar de tudo, a campanha contra as doenças continuou e, “em 1909, Osvaldo Cruz declarou que o Rio estava livre da febre amarela e de todas as outras epidemias importantes. Mas as estatísticas subsequentes mostraram que isto não se aplicava às áreas mais pobres da cidade”.[6]

3. A REVOLTA DA CHIBATA

Passados seis anos, a cidade do Rio de Janeiro foi novamente o palco de uma revolta popular, tendo, desta vez, os marinheiros como protagonistas. A revolta explodiu no dia 22 de novembro de 1910, apenas uma semana após posse do marechal Hermes da Fonseca na presidência da República.
Nessa época, a Marinha brasileira passava por um processo de reforma, comprando navios novos e tentando assimilar técnicas modernas. Mas os métodos de recrutamento e disciplinares eram os mesmos de séculos anteriores. O trabalho era duro e excessivo. Havia uma grande distância entre oficiais e os marinheiros, e ainda se empregavam castigos corporais. Usava-se a chibata, uma peça especialmente feita com corda de linho molhada. O castigo era aplicado ao som de tambores, e na presença dos oficiais e de todos os marinheiros devidamente perfilados.
A causa imediata da revolta foi a punição de um colega, Marcelino Rodrigues, castigado com 250 chibatadas. Os marinheiros se revoltaram e se apoderaram dos dois mais modernos navios de guerra da Marinha, estacionados no Rio de Janeiro. Após dominar a situação, entraram em contato com o governo para exigir o imediato fim da chibata. E ameaçam: Queremos resposta já, e caso não a tenhamos bombardearemos cidades e navios que não se revoltarem.

O governo não podia reagir, pois entendeu que um combate naquele local seria uma catástrofe. E teve de negociar com o marinheiros, cujo líder era JoãoCândido, apelidado o Almirante Negro. As exigências dos rebelados incluíam, além do fim da chibata, melhores salários (ou soldos), menos horas de trabalho e anistia para os envolvidos na revolta. No acordo firmado entre as partes, foi aprovada uma fórmula que os marinheiros deveriam usar para não parecer que a anistia estava sendo concedida sob pressão. Os marinheiros então telegrafaram ao presidente da República, dizendo-se “estar arrependidos do ato” que praticaram. E mais: “depomos as armas, confiando que nos seja concedida anistia pelo Congresso Nacional”.[7] Passo seguinte, o governo atendeu as exigências dos marinheiros e estes entregaram os navios. A revolta estava encerrada.
Mas muitos oficiais da Marinha eram contra o acordo, e permaneceu um clima de tensão. Temia-se por uma nova crise, que não demorou a acontecer. No dia 9 de dezembro, revoltaram-se os fuzileiros navais da Ilha das Cobras, na Baia da Guanabara. Mas o governo, em vez de negociar, preferiu usar a violência pura e simples, mandando bombardear impiedosamente a ilha. Houve quase cem mortos. Esse fato serviu de pretexto para a punição dos participantes da revolta anterior, violando a anistia que fora concedida. 
Além de demissões e prisões (cerca de 600), foram adotadas inclusive medidas de extermínio físico dos chefes das duas revoltas. João Cândido e outros 17 prisioneiros foram levados ao Quartel General do Exército e trancados num pequena cela. Tudo indica que a intenção era que ali morressem, e de fato apenas dois sobreviveram: um fuzileiro naval e o próprio João Cândido (falecido em 1969, aos 89 anos de idade).[8]

4. A GUERRA DO CONTESTADO

O Sul do Brasil não ficou imune às lutas populares típicas do período. A mais importante delas teve início, em 1912, e ficou conhecida como a Guerra do Contestado. Foi um conflito político-religioso, que teve muitas semelhanças com o caso de Canudos. Desta vez, o palco da luta foi uma região localizada entre Santa Catarina e Paraná, e que era motivo de disputa entre os dois estados - daí o nome dado à revolta (pois contestado quer dizer disputado).

4.1. Os problemas da região

Desde há muito, essa já era uma região de tensões sociais em virtude das lutas entre os “coronéis” da região. A situação piorou a partir do momento em que entraram em cena duas grandes empresas estrangeiras. A primeira delas, tendo contratado a construção de um trecho da ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul (1908), tornou-se proprietária, por força do mesmo contrato, de uma faixa de 15 quilômetros de cada lado do traçado da estrada, de onde passou a expelir os moradores. O mesmo ocorreu, a partir de 1911, nos 180 mil hectares de terras obtidos pela segunda empresa que instalou serrarias na região, expulsando posseiros e arruinando pequenos madeireiros. E, para agravar a situação, com o término das obras da ferrovia muitos trabalhadores ficaram sem ocupação.[9]

4.2. O aparecimento dos pregadores
No meio da explosiva situação social que se criou na região apareceu um curandeiro e pregador religioso, o monge José Maria.[10] Ao se redor, reuniram-se centenas de pessoas, que encontravam no misticismo religioso o alívio para a vida de sofrimento e sem esperança que levavam. Assim como Antônio Conselheiro,

José Maria pregava que a República era o mal e que a Monarquia deveria ser restaurada... Lia em voz alta para seus seguidores passagens da História de Carlos Magno, tentando dessa forma inflamar seus sentimentos monarquistas... [11]

4.3. A repressão

Foi nessas condições que começou a surgir um princípio de organização militar dos sertanejos da região do Contestado.
Estavam inicialmente estabelecidos em Taquaruçu. Expulsos daí, fixaram-se em Irani, quando foram atacados por um contingente da Polícia Militar, e no confronto morreram o comandante da tropa e o próprio José Maria. Os sertanejos voltaram para Taquaruçu, onde foram atacados mais uma vez. Novos líderes apareceram, e a luta não só continuou, como se ampliou:
Vinte mil insurgentes tomaram conta de 3% do território nacional, ou seja, 27000 km2. Em 1915, o Exército brasileiro adotou a queimada como política para forçar, pela fome, a submissão de dez mil pessoas que agora lá habitavam. A rebelião foi finalmente debelada em 1916.[12]

5. JUAZEIRO DO PADRE CÍCERO

Cícero Romão Batista nasceu em 1844, na cidade do Crato, na fértil região do Cariri, no sul do Ceará. Após ordenar-se padre no seminário de Fortaleza, fixou-se na paróquia de Juazeiro (que era então um simples distrito de sua cidade natal). Cumpriu sua missão sacerdotal sempre com grande zelo. E já havia conquistado a estima de seus paroquianos quando ocorreu o “milagre” que o tornou famoso. No ano de 1889, uma beata verteu sangue no momento em que recebia a hóstia das mãos do padre. O fato se repetiu em mais de uma ocasião. Embora a Igreja, após examinar a questão, tenha negado caráter milagroso ao evento, o fato é que as pessoas preferiram acreditar tratar-se verdadeiramente de um milagre, o que transformava o Padre Cícero em santo aos olhos do povo nordestino. Juazeiro tornou-se, desde então, um local de atração de romeiros.
O prestígio religioso transformou o Padre Cícero num líder político. Juazeiro tornou-se município e ele, seu primeiro prefeito. Nesse momento, seu braço político já era Floro Bartolomeu, um médico baiano que se estabelecera na antiga vila, e merecera a proteção do padre. E, logo, Juazeiro se articula nas disputas oligárquicas pelo controle da política estadual.
Em 1912, uma revolta popular em Fortaleza afastou do poder a oligarquia dos Accioly, que dominava o Ceará havia muitos anos. O governo estadual passou para um oficial do Exército, o coronel Franco Rabelo, alterando o equilíbrio de poder no estado, em prejuízo dos “coronéis” do Cariri. A reação destes foi formar um outro governo, com sede em Juazeiro, sob a liderança de Floro Bartolomeu. Em janeiro de 1914, as forças legalistas de Franco Rabelo atacaram Juazeiro. Mas encontraram pela frente um imenso exército de sertanejos convocados pelo Padre Cícero. As forças legalistas bateram em retirada e foram perseguidas até a capital, que foi cercada. Seguiu-se a formação de um novo governo, garantindo a vitória de Floro Bartolomeu. Padre Cícero morreu em 1934, mas sua fama de santo continuou a atrair a Juazeiro levas de romeiros e penitentes.





[1] Um exemplo ilustrativo foi a revolta conhecida como Quebra-Quilos (1874-1875), que se espalhou por vários municípios nordestinos, quando o governo tornou obrigatório o uso de pesos e medidas-padrão.
[2] Levine, R. M. Op. cit., p. 325.
[3] Apud Mendes Júnior, Antônio e Maranhão, Ricardo. Brasil História. Texto e consulta. São Paulo, Brasiliense, 1983, volume 3, p. 173.
[4] Levine, R. M. Op. cit., p. 106.
[5] Skidmore, T. E. Uma história do Brasil. São Paulo, Paz e Terra, 1998, p. 110-111.
[6] Skidmore, T. Op. cit., p. 111.
[7] Carone, Edgard. A República Velha. Evolução política. Rio de Janeiro-São Paulo, Difel, 1977, 274.
[8] Carone, Edgard. A República Velha. Evolução política. Rio de Janeiro, Difel, 1977, p. .276
[9] Cf. Monteiro, Douglas T. Um confronto entre Juazeiro, Canudos e Contestado. In Brasil Republicano. São Paulo, Difel, 1978, p. 73. (História Geral da Civilização Brasileira, t. III, v. 2).
[10] O monge José Maria se dizia irmão de João Maria, outro monge que vivera anteriormente nessa mesma região. A palavra “monge” correspondia, no Sul do Brasil, à figura que no Nordeste se denominava “beato”.
[11] Levine, Robert M. Op. cit., p. 314.
[12] Levine, Robert M. Op. cit., p. 315.

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