CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS. O legado.
Quando da chegada dos europeus, o continente
americano estava inteiramente ocupado por inúmeros povos que apresentavam
enormes diferenças culturais entre si.
1) Na Mesoamérica, destacavam-se os maias e os astecas,
herdeiros, por sua vez, das inúmeras contribuições deixadas pelos que os
antecederam. Fizeram uso de alguns metais. Desenvolveram calendários, sistemas
de escrita e de numeração.. O legado dessas civilizações está presente a) na
população dos países da região, diretamente descendentes de maias e astecas; b)
nas cidades que construíram, cujas ruínas são que hoje objeto de estudos e
visitação; c) nas obras artísticas, literárias e científicas, que sobreviveram
à conquista; d) nos alimentos que cultivavam e que passaram a ser consumidos incorporados
universalmente, tais como o milho, tomate e o cacau.
Numa grande parte dos Andes, encontrava-se império
inca, que unificou a longa tradição cultural anterior e ao mesmo tempo unificou
os diversos povos e culturas existentes na região, por meio de estradas e de um
serviço de comunicações. Desenvolveram o calendário, dividido em doze meses, e
trabalhavam o cobre e o bronze, e até mesmo a platina. Seu legado inclui a) a
numerosa população que mantém viva a tradição pré-colombiana, inclusive falando
idiomas de seus ancestrais, tais como o quíchua e o aimará; b) na criação da
alpaca e da lhama, que continuam, ainda hoje, a fornecer lã e servir de meio de
transporte para as populações andinas; c) nas ruínas de suas imponentes cidades,
tais como Cusco e Machu-Picchu; d) no uso de alguns produtos de sua agricultura,
destacando-se a batata, cujo consumo se difundiu por quase todo o mundo.
Vista de Machu Picchu, no Peru |
3) No território que formou o Brasil, encontravam-se
inúmeros povos, entre os quais os tupis-guaranis. Viviam dos produtos
fornecidos pela natureza e de uma incipiente agricultura. O legado indígena,
presente em nossa cultura, é muito
grande: a) nos muitos povos indígenas presentes no Brasil, conservando,
em grau maior ou menor, a autonomia étnica e cultural; b) na alimentação dos
brasileiros que incorporou muitos produtos e hábitos das sociedades indígenas,
destacando-se a mandioca e seus diversos derivados (a farinha, o polvilho, o
mingau, a tapioca, o beiju, etc.), o caju, o mamão, o abacaxi, o cará, o milho,
a abóbora, o amendoim, a erva-mate, etc.; c) na longa lista de plantas e ervas
conhecidas dos índios, e que ultimamente vem sendo disputadas pelas indústrias
farmacêutica e de cosméticos; d) em costumes da população, como é o caso do
hábito do banho diário ou de dormir em rede; e) nas muitas palavras de origem
indígena presentes em nosso vocabulário; f) em certas técnicas, tais como os
trançados de fibras, os instrumentos musicais e de pesca, a canoa cavada no
tronco, o pilão, etc.
Algumas heranças tiveram efeitos problemáticos. Uma
delas é a prática da coivara (a queimada), que os indígenas brasileiros
utilizavam na limpeza da terra para suas pequenas roças, e que passou a ser
utilizada pelos agricultores brasileiros em larga escala. Outra é o consumo do
tabaco, que entre os povos pré-colombianos era feito em ocasiões cerimoniais. Difundido
por todo o mundo, o consumo do tabaco deu origem a um poderoso setor da
indústria, causando inconvenientes que vêm sendo apontados cada vez com mais
ênfase.
Sem pretender esgotar a lista do legado das
civilizações pré-colombianas, é preciso acrescentar a contribuição que deram (e
ainda dão) ao fornecer valores de vida, padrões estéticos e modelos de
sociedade, cujos méritos vêm sendo cada vez mais reconhecidos em nossos dias.
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