sábado, 29 de agosto de 2015





O Brasil durante a República Velha (1889-1930), era um país basicamente agrário. Assim, os chefes políticos de cada localidade geralmente eram grandes proprietários de terras. O mais comum era esses fazendeiros serem chamados de “coronéis”.  Era um título que geralmente se dava aos grandes proprietários de terras, mesmo que nunca tivessem prestado serviço militar. O coronel dominava a política local, principalmente nas cidades menores, agindo como se fosse autoridade e praticavam muitos abusos. 
Como forma de resposta às injustiças dos coronéis, no Nordeste brasileiro, surgiu o cangaço. A palavra vem de “canga”, nome da peça que é colocada no pescoço do boi e que o prende ao carro ou arado. O cangaceiro era assim chamado porque o armamento pesado que levava sobre os ombros assemelhava-se a uma canga.  

O cangaço apareceu no Nordeste por volta de 1870, época em que a região vivia os efeitos da grande seca. Os cangaceiros agiram em quase todos os estados nordestinos.

Além da revolta contra as injustiças sofridas pelos pobres, o cangaceiro era, muitas vezes, motivado pelo desejo de vingança. Foi o que ocorreu no caso dos dois mais famosos cangaceiros: Antônio Silvino e Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Silvino tinha 21 anos quando seu pai foi assassinado. Resolvido a fazer justiça com as próprias mãos, foi autor de alguns crimes antes de ingressar no cangaço. Seu bando chegou a contar com 60 homens armados. Em 1914, foi ferido e preso. O nome verdadeiro de Silvino era Manoel Batista de Moraes.

Lampião, o "rei" do cangaço
O mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva. Ele havia nascido em 1900, em Vila Bela (atual Serra Talhada), no estado de Pernambuco. Quando tinha 20 anos, também para vingar a morte do pai assassinado, ingressou no cangaço, acompanhado de dois irmãos. Dois anos depois, já era o chefe do bando, ao qual deu nova organização e impôs disciplina rigorosa.
Seu bando chegou a contar com cerca de 200 cangaceiros e se dividia em grupos menores, que podiam agir simultaneamente em diferentes lugares. Lampião dominou o sertão nordestino durante cerca de duas décadas. Ele fazia alianças com alguns coronéis, protegendo os que eram seus aliados e perseguindo seus opositores. 

Os cangaceiros agiam com grande crueldade. Apesar das perversidades que cometia, Lampião conseguiu a admiração de muitos sertanejos por sua valentia e coragem para enfrentar poderosos coronéis. Virgulino morreu metralhado em junho de 1938; Corisco, amigo de Lampião, foi liquidado dois anos depois. A morte dos dois cangaceiros pôs fim ao cangaço.

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