quarta-feira, 22 de julho de 2015

RUMO  AO  TOPO


Anotações, nem sempre literais, feitas ao longo da leitura do livro SAPIENS, Uma breve história da humanidade, de Yuval Noal Harari (LP&M, 2015)

Primeira parte

Os seres humanos surgiram na África Oriental há cerca de 2,5 milhões de anos, a partir de um gênero anterior de primatas chamado Australopithecus, que significa “macaco do Sul”. Por volta de 2 milhões de anos atrás, alguns desses homens e mulheres arcaicos deixaram sua terra natal para se aventurar e se assentar em vastas áreas  da África do Norte, da Europa e da Ásia. Como a sobrevivência nas florestas nevadas do norte da Europa requeria características diferentes das necessárias à sobrevivência nas florestas úmidas da Indonésia, as populações humanas evoluíram em direções diferentes. O resultado foram as várias espécies distintas, a cada uma das quais os cientistas atribuíram um nome latino pomposo. Assim, surgiram nomes como Homo neanderthalensis, Homo erectus, Homo soloensis e outros.

Enquanto isso acontecia na Europa e na Ásia, na própria África Oriental a evolução não parou, e novas espécies continuaram a surgir, como o Homo rudolfensis (“Homem do lago Rudolf”), o Homo ergaster (“Homem trabalhador”) e finalmente, nossa própria espécie, o Homo sapiens (“Homem sábio”). Durante a maior parte do tempo, o mundo foi habitado por várias espécies humanas ao mesmo tempo. Mas desde cerca de 10 mil anos atrás, restou apenas o Homo sapiens. E os estudiosos ainda se perguntam sobre os motivos do sucesso do Homo sapiens.

Homo sapiens,estava mais apaelhado do que
as demais espécies humanas.


Os humanos, desde seu surgimento, se diferenciaram dos demais animais. Uma dessas diferenças é o cérebro maior. Isso teve um custo. No Homo sapiens, o cérebro equivale a 2 a 3% do peso corporal, mas consome 25% da energia do corpo quando está em repouso. Em comparação, o cérebro de outros primatas requer apenas 8% de energia em repouso. Os humanos arcaicos pagaram por seu cérebro grande de duas maneiras. Em primeiro lugar, passaram mais tempo em busca de comida. Em segundo lugar, seus músculos se atrofiaram.

Outra diferença é que andamos eretos sobre duas pernas. De pé, era mais fácil esquadrinhar a savana à procura de animais de caça ou de inimigos, e os braços, desnecessários para a locomoção, ficam liberados para outros propósitos, tais como atirar pedras ou sinalizar. A repetição desses gestos levou a um aperfeiçoamento das mãos, que se tornaram aptas para realizar tarefas cada vez mais complexas.

O Homo sapiens chegou ao topo da cadeia alimentar há cerca de 100 mil anos. Um passo importante rumo ao topo foi a domesticação do fogo. Já há 800 mi anos, algumas espécies humanas faziam uso esporádico do fogo. Por volta de 300 mil anos atrás, os Homo erectus, os neandertais e os antepassados dos Homo sapiens usavam o fogo diariamente. Desde então, os humanos tinham uma fonte confiável de luz e calor e uma arma letal contra predadores, além da possibilidade de cozinhar os alimentos e torná-los mais saborosos e mais fácil de serem digeridos. Este último fato permitiu aos humanos dedicar menos tempo à alimentação e se virar com dentes menores e intestino mais curto, e há quem admita que favoreceu o crescimento do cérebro.

Ao domesticar o fogo, os humanos ganharam controle de uma força obediente e potencialmente ilimitada. Uma única mulher podia produzir fogo para queimar uma floresta inteira em uma questão de horas. A domesticação do fogo era um sinal do que estava por vir.

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