quinta-feira, 23 de julho de 2015

O  ESTADO  ISLAMICO


O Estado  Islâmico (EI)  surgiu  em  agosto  de  2014. Antes, chamou-se Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS, na sigla em inglês) e Estado Islâmico no Iraque e no Levante. Em 2014, o grupo concedeu a seu líder, Abu A-Bagdhadi, o titulo de califa.

Estado Islâmico


A bandeira segue a tradição da cor preta associada aos primeiros anos do islã. Suas palavras dizem “Não há um deus a não ser Deus, e Maomé é seu mensageiro”


Califa era como se chamavam os antigos sucessores de Maomé. É um chefe de Estado na forma monárquica de governo islâmica. Originalmente, o califa representava a unidade e a liderança política do mundo islâmico. O título havia deixado de ser usado em 1924, logo após o fim do Império Otomano.

A formação do grupo terrorista Estado Islâmico está relacionada à crise política que teve início no Iraque com a guerra iniciada em 2003. Essa guerra, como todos sabem, se iniciou dois anos após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, conduzidos por membros da organização Al-Qaeda, então liderada por Osama Bin Laden.


O Estado Islâmico é uma derivação da Al-Qaeda. As ações do EI, porém, ficaram gradativamente mais radicais, até mesmo para os padrões da Al-Qaeda. Uma diferença básica entre os dois grupos é que, ao contrário da Al Qaeda, os terroristas do EI se recusam a respeitar as fronteiras existentes.  não se contentam em dominar as áreas sunitas situadas no leste da Síria e no oeste do Iraque, eles querem também conquistar as regiões povoadas majoritariamente por judeus e por cristãos. O EI se fundamenta na corrente sunita e tem como inimigos os xiitas em geral e as minorias (yazidis, cristãos, curdos etc.), os governos do Irã, do Iraque, da Síria, os Estados Unidos, a Europa, entre outros.

A Al-Qaeda possuía grande espaço de atuação no território iraquiano e em parte da Síria. Justamente os territórios que passaram a ser controlados pelo EI no momento de sua fundação. Vale dizer que o EI só existe na cabeça de seus militantes, pois não foi reconhecido por nenhum país do mundo.

O objetivo do Estado Islâmico é expandir o modelo teocrático radical islâmico de governo, primeiramente por todo o Oriente Médio. O EI segue os métodos de outras organizações terroristas islâmicas, como a Al-Qaeda ou o Hamas. A esses métodos, os islamitas dão o nome de Jihad, ou Guerra Santa.

O modelo teocrático de governo implica na adoção da Lei Islâmica, ou Sharia, interpretada a partir do Alcorão. De fato, o Islã estabelece regras, no plano religioso, militar, político, etc., que orientam tanto a vida individual quanto a de toda a coletividade. É por isso que nos países islâmicos não se dissociam Estado e religião. Essas orientações são designadas por meio da palavra árabe Sharia.

O EI expandiu rapidamente a área sob seu controle (veja mapa abaixo). Sua ação é financiada por meios ilícitos (sequestros, por exemplo), mas também e principalmente pelas fontes de petróleo e gás que caíram sob seu controle. Graças a isso, a organização tem recursos para comprar armas e ampliar o quadro de militantes. Desde sua fundação, o EI sido muito eficiente em seus métodos de recrutamento de novos combatentes, que chegam de todas as partes do mundo. E tem conseguido ocupar cada vez mais espaço na imprensa mundial. Isso, não só por seu rápido processo de expansão, mas também por seus métodos cruéis de execução dos adversários capturados.

"Um relatório recente afirma que 30 mil milicianos estrangeiros viajaram à Síria e ao Iraque desde 2011. Alguns deles, descontentes com a exclusão social. Outros, seduzidos pela aventura. Em cidades como Raqqa e Mossul, esses guerreiros vivem a partir de regras restritas que proíbem fumo, mistura entre os sexos e música.

Mas, apesar da ideia corrente de que o Estado Islâmico tenha devolvido a região à Idade Média, seu território é governado por um emaranhado de instituições públicas apropriadas por terroristas a partir das estruturas modernas que existiam ali. Assim, numa imitação perversa, moedas foram cunhadas, passaportes foram impressos, multas de trânsito foram emitidas e currículos escolares foram modificados." (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/11/1706936-estado-islamico-nasceu-em-1999-e-cresceu-com-guerras-no-iraque-e-siria.shtm Acesso em 16/nov/2015.)

Mas seus inimigos não ficaram de braços cruzados. De fato, logo após a fundação do grupo, em 2014, cerca de 30 países estiveram presentes em uma conferência em Paris para discutir formas de fornecer ajuda militar ao Iraque para combater os radicais daquela organização. A ideia da coalizão, encabeçada pelos Estados Unidos, foi aceita pelos principais países ocidentais e também por dez países árabes. Em 2015, a Turquia também se juntou à coalizão. Os ataques praticados em Paris, na noite de 13 de novembro de 2015, que mataram 132 pessoas deverão intensificar o combate aos terroristas do Estado Islâmico.
 

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