segunda-feira, 18 de agosto de 2014

LIBERAIS  E  CONSERVADORES


A formação dos partidos no Segundo Reinado


As correntes políticas que que deram orígem os dois partidos do Segundo Reinado vinham se delineando desde a Independência, e se consolidaram no período entre 1835 e 1840 (ou seja, durante a segunda metade do Período Regencial).

Período Regencial foi o período que se estendeu do fim do Primeiro Reinado até o início do Segundo Reinado. Nesse período, em virtude da menoridade do príncipe herdeiro, o país foi governado por regentes, ou seja, pessoas que governavam em nome do príncipe.

Em 1835, quando o padre Diogo AntônioFeijó assumiu a chefia do governo regencial, a corrente liberal moderada se dividiu em dois grupos.
Diogo Antônio Feijó (1784-1843) foi sacerdote e um dos mais 
destacados políticos brasileiros durante o Período Regencial. 
Foi um dos fundadores do Partido Liberal.

O primeiro grupo reunia aqueles que se opunham a Feijó. Eles se uniram a Bernardo Pereira de Vasconcelos, um antigo liberal que assumiu pouco a pouco posições conservadoras, sob o pretexto de que era preciso evitar a anarquia. A esse grupo se juntaram os restauradores, cuja luta havia perdido sentido com a morte de dom Pedro I, em 1834. Dessa combinação de forças surgiu a facção denominada “Partido” Conservador.
O segundo grupo reunia os que apoiavam Feijó. Eles constituíram uma facção de características nitidamente liberais, à qual se somariam mais tarde os liberais exaltados. Uma vez unifica­das, as duas correntes dariam origem ao grupo conhecido como “Partido” Liberal.
Bernardo Pereira de Vasconcelos (1795-1850) foi jornalista,
 juiz e principalmente político, um dos mais importantes do
Período Regencial e do início do Segundo Reinado.
Em torno dele se organizou o Partido Conservador. 



Semelhanças entre os dois grupos

Entre liberais e conservadores não havia diferenças ideológicas e políticas significativas. Ambas as correntes eram monarquistas e defensoras da grande propriedade rural e do trabalho escravo (em relação a esse tema, havia exceções nos dois grupos, como o liberal Feijó e o conservador José Bonifácio, que defendiam a extinção da escravidão de forma lenta e gradual).

Da mesma forma, as bases sociais em que os dois grupos se apoiavam eram semelhantes. Os liberais representavam, sobretudo, os interesses de setores da aristocracia agrária e do comércio, mas suas propostas eram apoiadas também por amplos segmentos das camadas médias da população urbana. Os conservadores, por sua vez, estavam ligados a outros setores da aristocracia rural e do comércio de exportação.

Diferenças entre os dois grupos

Devido a essas semelhanças, durante o Segundo Reinado dizia-se que “Não há nada mais parecido com um conserva­dor do que um liberal no poder”. Mesmo assim, não se pode deixar de reconhecer algumas diferenças entre eles. Os liberais seriam sempre mais partidários da descentralização do poder e da proposta federalista do que os conservadores. Não foi por acaso que, das fileiras liberais, e não do grupo conservador, surgiria em 1870 o movimento republicano. (DGF)

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