domingo, 17 de agosto de 2014

AS LIMITAÇÕES DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


A Independência em questão


Em 1822, os grupos dominantes no Brasil obtiveram a inteira liberdade de comércio em relação a Portugal e puderam administrar a nação que era fundada à sua maneira. Mas essa emancipação foi apenas parcial.

A emancipação política [do Brasil] realizada pelas categorias dominantes interessadas em assegurar a preservação da ordem estabelecida, cujo único objetivo era romper o sistema colonial no que ele significava de restrição à liberdade de comércio e à autonomia administrativa, não ultrapassaria seus próprios limites. 

Enquanto o príncipe D. Pedro estava em visita à província de São Paulo, em 1822,
 Leopoldina ficou como Princesa Regente do Brasil. O quadro mostra a princesa sendo orientada pelo ministro José Bonifácio, ao assinar o decreto da Independência, que separava o Brasil de Portugal. O decreto, entretanto, somente seria proclamado por D. Pedro no dia 7 de setembro.  
Quadro de Georgina de Albuquerque, de 1922.

A ordem econômica seria preservada, a escravidão mantida. A nação independente continuaria subordinada à economia colonial, passando do domínio português à tutela britânica. A fachada liberal construída pela elite europeizada ocultava a miséria e a escravidão da maioria dos habitantes do país. Conquistar a emancipação definitiva da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais seria tarefa relegada aos pósteros. 
Costa, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil.
In: Mota, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 16. ed.

Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1987. p. 125.

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