quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A  REVOLUÇÃO  RUSSA:  DO  SONHO  AO  PESADELO


O totalitarismo stalinista


Depois da morte de Lenin e do afastamento de Trotski, o poder soviético caiu nas mãos de Josef Stalin. A revolução perdeu suas características iniciais, que apontavam para um regime socialista-comunista, conforme as previsões do marxismo.
Da esquerda para a direita: Stalin, Lenin e Trotski, os três principais
líderes da Revolução Russa..

O governo de Stalin foi marcado pela repressão política aos opositores, incluindo os dissidentes comunistas. E, na esfera da economia, a novidade stalinista foram os planos quinquenais, instituídos a partir de 1928 para substituir a NEP. Esses planos estabeleciam metas e mobilizavam os recursos da nação para atingi-las no prazo estipulado de cinco anos. Isso implicava rígida planificação central e alto controle do Estado sobre a economia.
O Plano Quinquenal era um plano de governo, de longo prazo, que procurava mobilizar todos os recursos da nação na busca de objetivos pré-fixados. Com a adoção do plano, a União Soviética estava inaugurando a técnica da planificação central da economia, que significa submeter, em alto grau, a economia nacional ao controle do Estado.
Propaganda de  Stalin, que havia se tornado o senhor
do poder na  URSS, 

O primeiro plano quinquenal entrou em vigor em 1928 e tinha como metas a rápida industrialização e a completa coletivização das terras (fim da propriedade individual). Essa linha de orientação foi seguida também pelo segundo plano quinquenal (1933-1938) e pelos que vieram depois.
Entre 1928 e 1940, a produção industrial cresceu 8,5 vezes, mostrando os bons resultados dos planos quinquenais nesse setor da economia. O crescimento ocorreu principalmente na área de produção de máquinas e equipamentos. O setor de bens de consumo, porém, foi relegado a segundo plano. E no campo, além de o êxito ter sido relativo, os resultados negativos da planificação burocrática se fizeram sentir de modo intenso. Aí, o governo stalinista impôs a coletivização das terras e dos rebanhos por meio da violência, assassinando em massa os camponeses que resistiam à medida. Quando finalmente a resistência foi vencida, as pequenas propriedades desapareceram para dar lugar a cooperativas de produção — os kolkhoses — e a fazendas estatais — os sovkhoses.
Os planos quinquenais deram preferência à indústria pesada em vez de
bens de consumo. A indústria soviética cresceu rapidamente,
mas custou muito sofrimento para  a população.

No plano político, o governo de Stalin se caracterizou pelo esmagamento dos sovietes como órgãos de representação operária e pela violenta perseguição aos que esboçavam qualquer oposição a seu poder. Entre as vítimas dessa política estavam antigos líderes bolcheviques, como Zinoviev,  Kamenev e Bukharin, além de Trotski e outros, acusados dos mais variados crimes contra o regime. No período de 1936 a 1944, cerca de 7 milhões de pessoas foram presas e milhares de comunistas que reivindicavam um processo democrático acabaram condenados à morte nos “processos de Moscou”, como ficaram conhecidos os julgamentos montados pelo governo stalinista.
Repressivo e totalitário, o socialismo estatal-burocrático de Stalin na prática foi a negação dos ideais de Marx e dos primeiros pensadores socialistas. Mas não temos como saber como se comportaria o próprio Marx se ele tivesse assumido a chefia de um Estado.



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